DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO

DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO 25 Anote com clareza tudo que observou, desde a normalidade de órgãos e sistemas, suas alterações e principalmente as habilidades biológicas solicitadas pela ocupação e se esta possui riscos inerentes específicos. Esses dados serão muito importantes no controle da saúde do trabalhador e na sua participação em qualquer eventual deman- da judicial, principalmente se tratando do envolvimento de sua própria pessoa. O levantamento dos dados do trabalhador deve ser feito de maneira objetiva e técnica, seguindo o roteiro traçado nas Fichas do Exame Médico. Todos os seus itens devem ser preenchidos cuidadosamente, seja de maneira positiva ou negativa. Atenção para os sinais e sintomas que forem relatados. Anotar e descrever aqueles mais importantes. Não deixar espaços em branco. Não usar siglas ou abreviaturas. Sempre produzir escrita legível. Lembrar que os exames médicos são documentos fundamentais para traçar a vida ocupacional do trabalhador e possuem um elevado valor legal. A epidemiologia no contexto da medicina do trabalho A epidemiologia durante muito tempo esteve intimamente relacionada com a busca do conhecimento da história natural das doenças infecciosas e identificação dos correspondentes agentes etiológicos. Atualmente os estudos epidemiológicos têm contribuído nas diferentes especialida- des médicas, inclusive na área da medicina do trabalho, quando aplicado com rigor científico seu conteúdo metodológico, para estabelecer as prioridades de gestão em saúde ocupacional, inclusive àquelas referentes às condições ambientais. Estes estudos são estabelecidos em função da freqüência dos eventos, tamanho da população alvo, tempo transcorrido entre a exposição ao agente, sua nocividade, grau de risco, aparecimento da doença e sua evolução. Esse conhecimento acumula- do norteia as ações de prevenção e tratamento precoce. Vários são os tipos de estudos que podem ser realizados: observacionais, descritivos, analíticos e experimentais. Numa rápida revisão conceitual, os estudos observacionais são aqueles que têm por base a observação da magnitude da ocorrência de determinados eventos sem interferência direta sobre o objeto do estudo. Podem ser categorizados como: descritivos (que des- crevem a ocorrência e a magnitude do evento) e analíticos (que objetivam estabelecer a existência de associação entre causa e efeito). Os analíticos também se subdividem em: a) estudos ecológicos , também chamados correlacionais que têm por alvo uma po- pulação determinada na qual se procura identificar e quantificar a existência de um evento específico; b) estudos seccionais , ou de prevalência, no qual é feito um corte num determinado momento no tempo e procura-se identificar, em indivíduos, a ocorrên- cia de um evento independente e se seu aparecimento é recente ou antigo; c) estudos

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