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Infecção humana por vírus monkeypox é tema de fórum do CREMERJ

15/06/2022

O CREMERJ promoveu, nesse sábado, 11, o I Fórum Internacional de Doenças Infecciosas e Parasitárias. O tema debatido foi a infecção humana por vírus monkeypox. O evento científico foi realizado em formato híbrido, com participações on-line e presenciais, na sede do Conselho, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Compuseram a mesa de abertura, o vice-presidente do Conselho, Guilherme Nadais, o responsável pela Câmara Técnica (CT) de Doenças Infecciosas e Parasitárias e de Controle de Infecção Hospitalar, César Figueiredo Veiga, o coordenador da CT, Celso Ramos Filho, e a coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Samaritano Botafogo, Renata Guernieri.

A primeira palestra foi ministrada pela assessora do comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) para pesquisa com o vírus da varíola, Clarissa Damaso. A virologista falou sobre caracterização e diagnóstico laboratorial dos orthopoxvirus de interesse humano. “Dentro desse gênero de vírus, todos apresentam em comum uma reatividade e proteção cruzadas. Isso quer dizer que a infecção por um orthopoxvirus – por exemplo: varíola, vaccinia, cowpox ou monkeypox – protege da infecção por outro orthopoxvirus subsequente”, destacou ela.

Logo depois, a segunda aula contou com participação internacional, ficando a cargo da médica Margarida Tavares, que coordena a Unidade de Doenças Infecciosas Emergentes do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João, situado na cidade do Porto, em Portugal. Na ocasião, ela falou sobre o surto corrente da doença no país, mostrando que houve 209 casos confirmados em Portugal, até o dia 8 de junho, sendo 100% deles em homens, na sua maioria autoidentificados como pessoas que mantêm relações sexuais com outros homens. “Os desafios da comunicação de risco e o empenho que temos que ter é que essa situação não seja estigmatizante, como outras que tivemos no passado com a AIDS. É importantíssimo o compartilhamento de informações”, alertou Margarida Tavares.

Dando continuidade, a terceira exposição foi realizada por Renata Guernieri. A infectologista falou sobre os esforços para evitar a disseminação intra-hospitalar do vírus monkeypox. “A identificação rápida de um caso suspeito é essencial. Tudo que a gente não quer é que essa pessoa fique circulando pela emergência ou área de triagem, esperando atendimento. Se possível, quando identificar um paciente com sintomas, direcione-o diretamente ao leito de isolamento. Não havendo essa possibilidade, encaminhe-o a um quarto privativo ou empenhe-se para que ele mantenha distância segura de outros”, ressaltou a médica.

Já a quarta palestra foi apresentada por Celso Ramos, que também é presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Ele dissertou sobre a vacinação antivariólica, traçando um histórico da enfermidade e de seu enfrentamento no Brasil, no passado. “Hoje, um período em que temos tanta dificuldade em relação à vacinação, devemos dar destaque ao impacto que esse tipo de imunização tem no mundo, evitando 2,5 milhões de óbitos decorrentes de diversas doenças por ano, segundo estimativas”, pontuou Celso ao citar dados da OMS.

Para fechar o conteúdo programático, o epidemiologista Eduardo de Azeredo Costa compartilhou conhecimentos e experiências vividas por ele relacionadas às ações de controle e consequente erradicação da varíola humana no século XX. “Naquela época, cada país ajustou as estratégias às suas características nacionais. A comunicação popular foi muito importante. Na Índia, por exemplo, fez-se uma reunião com gurus, o que quebrou resistências de alguns grupos sobre a vacinação”, exemplificou ele.

No encerramento do fórum, Guilherme Nadais, representando a diretoria do CREMERJ, agradeceu a participação dos renomados especialistas. “Nosso Conselho abre as portas a eventos como esse, que lançam luz a tópicos tão atuais e relevantes para a comunidade médica, profissionais de saúde e população de um modo geral”, finalizou o conselheiro.

A íntegra do webinar está disponível no canal do CREMERJ, no YouTube. Clique aqui para assistir.