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Médicos são dispensados do Hospital do Andaraí

25/11/2009

Segundo o CREMERJ, saída dos médicos contratados pode resultar em paralisação de serviços.

                                                                                                                                                                     

Na segunda-feira, dia 23, o CREMERJ visitou o Hospital do Andaraí para reavaliar suas condições de atendimento. No hospital, a Comissão de Saúde Pública do CREMERJ apurou que 42 médicos com contratos temporários teriam que deixar a unidade a curto prazo, porque os contratos temporários foram extintos. Do total de médicos atuantes no Hospital do Andaraí, 76% são contratados e 24% são estatutários. Por isso, vários serviços essenciais oferecidos pelo hospital podem ser fechados. Estes contratos serão interrompidos agora, mas as provas para o concurso do Ministério da Saúde só devem ser realizadas em janeiro de 2010. Esta situação do Hospital do Andaraí vai acabar ocorrendo também em outros hospitais federais, que, em sua maioria, tem 50% de médicos contratados.

“Esta contratação de médicos era questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) há anos. Só que o Hospital do Andaraí é a maior emergência entre as unidades federais do Rio, sendo considerado vital e estratégico para o atendimento da população da cidade. Qualquer comprometimento de suas atividades é gravíssimo, principalmente, pela proximidade do verão que sempre gera aumento de demanda nas emergências”, afirma Luís Fernando Moraes, presidente do CREMERJ.

Este corte de médicos pode provocar a paralisação de setores fundamentais como o Centro de Terapia Intensiva, o Centro de Tratamento de Queimados e a Emergência, que não dispõem de equipes de servidores para manter o serviço. Os mais afetados são os serviços de emergência em Neurocirurgia (redução de 20% na equipe), Ultrassonografia (50%), Urologia (60%), Cardiologia (33%), além dos Centros de Tratamento de Queimados, de Terapia Intensiva e de Cuidados Coronarianos (cerca de 25% cada). Sem contar que, dentre os serviços do hospital que vão sofrer corte de pessoal, a maioria já funcionava com número deficitário de médicos. No caso da Urologia, por exemplo, o Hospital do Andaraí é um dos dois únicos hospitais de emergência que contam com essa especialidade.

As chefias dos serviços foram comunicadas pelo setor de Recursos Humanos que os contratos temporários foram extintos pelo Ministério da Saúde e, consequentemente, os médicos com este tipo de vínculo deveriam ser dispensados. “Esta redução violenta de recursos humanos vai sobrecarregar os médicos estatutários e será difícil manter as condições de atendimento da unidade”, afirma Pablo Queimadelos, diretor secretário-geral do CREMERJ.

A situação pode ficar ainda mais grave. De acordo com informações do próprio Ministério da Saúde, cerca de 50% dos médicos com vínculo federal no Rio de Janeiro poderão optar ou não pela aposentadoria a partir de maio de 2010, o que pode agravar o desabastecimento de médicos nestas unidades. Por isso, o CREMERJ havia sugerido a extensão da carga horária dos médicos federais de 20h para 40h semanais, mas a proposta não foi atendida pelo Ministério da Saúde. O CREMERJ acredita que o concurso anunciado pelo ministério este ano oferece um salário pouco atrativo para os jovens médicos, que têm possibilidade de melhor remuneração no setor privado, onde também encontram melhores condições de trabalho e de segurança. “A maioria dos médicos não está interessada em um salário base de R$ 1.145 por 20 horas semanais”, afirma Luís Fernando Moraes.