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Residentes do município do Rio de Janeiro deflagram greve

29/11/2018

Em assembleia realizada na sede do CREMERJ nessa quarta-feira, 28, os residentes da rede municipal de Saúde decidiram, através de votação, pela deflagração de greve não presencial. A principal reivindicação da classe é o não pagamento das bolsas referentes aos meses de outubro e novembro.

O diretor do CRM Ricardo Farias nomeou como presidente da assembleia a representante da Comissão de Greve dos Médicos Residentes Nathalia Matola. Ao lado dela estavam o diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) Alexandre Telles e o médico representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) José Antônio Romano. A diretoria da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj) apoia a decisão dos médicos e a greve terá início no dia 3 de dezembro.

Ricardo Farias reforçou a posição do CREMERJ em relação à greve.  “O CRM garante que os residentes estão respaldados eticamente pela greve, desde que haja um planejamento prévio e legal, conforme o artigo V do Capítulo II do Código de Ética Médica (CEM).  Friso aos colegas que sempre guiem pelo CEM, pois temos artigos que protegem o médico desde que a reivindicações dos direitos sejam feitas de forma ética sem prejuízo aos pacientes", enfatizou.

O diretor do CRM também falou dos artigos que protegem o médico em casos de assédio moral, constrangimento e coação, como os de número 48 e 49 do Capítulo VII, que abordam a relação entre médicos.

"Para agilizar ainda mais essa questão, teremos um novo canal de denúncias no site do CRM, que entrará direto para o meu e-mail. Contem sempre com o CREMERJ, já que aqui é a casa do médico”, disse Ricardo.

Nathalia citou as pautas da assembleia e deu um panorama resumido da situação. “Eu represento os residentes do segundo ano da prefeitura. A última informação que tive foi que houve um bloqueio do orçamento para as bolsas dos residentes no início deste ano, e só haveria pagamento até o mês de junho. Porém, como houve menos egressos na residência, eles conseguiram nos pagar até setembro. Portanto, a partir daí, nós estaríamos sem previsão de salário até a regularização da situação”, contou.

Josá Antônio Romano reiterou a informação do bloqueio de verbas. “Houve um corte no orçamento da Saúde em mais de R$ 750 milhões, porque no início do ano o município não recebeu o orçamento estimado. Esse dinheiro existe, mas vem sendo desbloqueado com burocracia. O importante é que nós conseguimos que, na próxima quarta-feira (dia 5), vocês recebam o salário referente ao mês de outubro. A SMS tem convênio com a medicina de família, Uerj, UFRJ e com a Fiocruz, e esses residentes conveniados também receberão suas bolsas junto com os demais”, garantiu ele.

A assembleia transcorreu com debates sobre as dificuldades enfrentadas pelos residentes e, por fim, houve a votação para a greve, atos públicos e nova assembleia. “Por unanimidade declaro que, a partir de 3 de dezembro, iniciaremos a greve não presencial com 30% dos residentes atuando em seus respectivos postos em atividades de urgência e emergência, até o pagamento das bolsas de novembro, podendo nos estender em estado de greve até próxima assembleia, que será agendada oportunamente”, encerrou Nathalia.