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Turma de 1968 da UFRJ é homenageada no CRM

26/11/2018

Os rostos mostram a passagem do tempo, mas os sorrisos são os mesmos de quando entraram na Faculdade Nacional de Medicina da Praia Vermelha, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, há 50 anos. Mais de 80 médicos jubilados se encontraram no CREMERJ, neste sábado, 24, para receberem homenagens aos anos prestados à medicina. O presidente do CREMERJ, Sylvio Provenzano, e a vice-presidente Célia Regina da Silva abriram o evento e se emocionaram ao reencontrarem mestres e amigos de longa data.

“Não há como não se emocionar vendo colegas que fizeram a história da medicina. É uma grande alegria para o Conselho recebê-los aqui com seus familiares. Se há algo que é merecedor de prêmios é quando somos jubilados, porque foram anos e anos contribuindo para a saúde. Muito obrigado por tudo que vocês fizeram na medicina, pelo exemplo vivo que vocês foram para nós. Eu só peço a Deus que um dia, quando eu estiver sentado aí, alguém possa falar sobre mim com a sinceridade que estou falando sobre vocês. É com muito carinho, respeito e acima de tudo muita alegria que esta casa recebe vocês”, disse Provenzano aos médicos jubilados.

A diabetóloga Cleide Maria Barreto foi muito aplaudida quando recebeu sua placa de homenagem. Uma das líderes da turma, ela organizou um jantar para os colegas logo após o evento do CRM. Cleide trabalhou nos serviços dos professores Clementino Fraga Filho, na Santa Casa, e Francisco Arduíno, no Iede. Ela foi também professora assistente de Diabetologia da Escola de Pós-Graduação Médica da PUC-Rio.

“É comovente, estou muito feliz. Agradeço muito ao CREMERJ por ter se juntado ao nosso encontro. Queríamos fazer um jantar para comemorar os 50 anos da turma e o evento do Conselho casou perfeitamente. Colegas que vieram de longe puderam vir uma vez só para os dois eventos”, explicou a médica, que destacou a presença de médicos do Maranhão, de Santa Catarina, de Brasília e até de Israel no encontro.

O ginecologista e obstetra Hugo Miyahira relembrou antigas histórias com o colega Antônio Rafael da Silva, professor titular da Universidade Federal do Maranhão, que era presidente do diretório acadêmico em uma época conturbada na faculdade de medicina durante a ditadura militar. Eles contam que a universidade chegou a ser invadida pela polícia.

“São muitas histórias! É uma emoção rever colegas, reconhecê-los. Alguns a gente não reconhece de cara e depois vê neles o tempo que passou. E sentimos que o tempo passou para a gente também. Essa é a coisa mais interessante. É bom saber que estão todos aqui. Nós nos conhecemos garotos, com muitos sonhos, e realizamos os nossos sonhos”, disse Miyahira, que foi chefe de clínica do Hospital dos Servidores do Estado por mais de 20 anos. Ele foi também professor da UFRJ, da Universidade Game Filho, da Faculdade de Medicina de Campos, da Faculdade de Medicina da Vassouras e da Estácio de Sá.

O endocrinologista Leão Zagury também guarda boas lembranças da turma. Ele residiu a Academia de Medicina do Rio de Janeiro e foi fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. Chefiou o serviço de Diabetes do Iede por oito anos e foi vice-presidente da Sbem, sendo membro honorário da Sociedade Argentina de Diabetes. É professor de pós-graduação em endocrinologia da PUC-RJ e autor de vários livros.

“Esse é um presente que o Conselho está nos dando. Para mim é um prazer imenso estar aqui depois de 50 anos de um trabalho insano, junto a amigos que eu não via há muito tempo. Encontrei colegas de vestibular, de trabalho, foi uma grande alegria revê-los”, afirmou Zagury.

A ginecologista e professora da UFRJ, Marly Aguiar Serzedello também aproveitou o momento para relembrar histórias. Ela foi coordenadora adjunta do curso de medicina da universidade federal e responsável por levar para Macaé o curso. Por muito anos, exerceu atividades de preceptoria, sendo considerada uma grande mestre pelos alunos e residentes.

“Eu acho que essa reunião é muito especial, depois de 50 anos. Temos colegas que vieram de longe, mas mesmo os que moram aqui não nos encontramos sempre. Foi uma ideia excelente. Várias histórias passam pela cabeça, os apelidos, as brincadeiras, está sendo muito bom”, resumiu a médica.

Ao final dos tributos, o presidente do CREMERJ aproveitou a ocasião para homenagear também o médico Ronaldo Cavalieri, que estava ali presente. Ingressante da turma de 1962 da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Cavalieri foi um grande mestre e amigo para Provenzano.