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Pedro II tem leitos desativados e está superlotado

09/01/2018

A Comissão de Fiscalização do CREMERJ esteve no Hospital Municipal Pedro II nessa sexta-feira, 05, para uma vistoria e encontrou diversos problemas. A sala amarela, por exemplo, onde cabem 22 pacientes, abrigava 68, o que corresponde a 323% da capacidade — recentemente, 80 pessoas dividiram o espaço. Na sala vermelha, que comporta 11 leitos, havia 25 pacientes, o que representa 200% de ocupação.

A superlotação acontece devido à desativação de leitos e ao bloqueio de internações, visto que os pacientes que precisam ser internados foram mantidos no interior da emergência. O CREMERJ recebeu informações de que os repasses de verba não são realizados de forma regular há meses. Consequentemente, há atraso no pagamento dos salários dos profissionais de saúde e dificuldade de aquisição de medicamentos, insumos e alimentos para o preparo da refeição dos pacientes.

A empresa responsável pelo fornecimento de materiais para neurocirurgia, por exemplo, vem se negando a entregá-los, alegando falta de pagamento. Com isso, as neurocirurgias consideradas eletivas também foram suspensas. O tomógrafo, que estava há mais de um ano parado e voltou a funcionar recentemente, apresentou defeito novamente no dia da vistoria. Já para exames de ultrassonografia, apenas um equipamento encontra-se funcionando para atender a todo o hospital.

Durante a fiscalização, havia 18 pacientes em pós-operatório de cirurgia ortopédica no interior da sala amarela, próximo a pessoas em tratamento de infecções e, portanto, mais vulneráveis a contágio. O motivo é fechamento da enfermaria ortopédica, para economia de insumos, recursos humanos e até refeições. A sala amarela ainda tem abrigado pacientes da psiquiatria, que também teve leitos bloqueados. Na clínica médica, dos 56 leitos existentes, apenas 26 estavam funcionando; e no CTI adulto, estão desativados 11 dos 30 leitos do setor.

“Essa situação é inaceitável. Vivemos uma crise em toda a rede pública do estado e fechar leitos agrava ainda mais a situação. A prefeitura precisa regularizar o atendimento e o pagamento dos prestadores de serviço e colocar o Hospital Pedro II em pleno funcionamento”, disse o presidente do CREMERJ, Nelson Nahon.

O relatório de fiscalização elaborado pela comissão foi encaminhado ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Rio de Janeiro.