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Para o CRM, provas para residência no Hupe devem ser mantidas

04/01/2018

Buscando defender a residência médica, a qualidade da formação médica e as instituições públicas que prestam serviços de excelência à sociedade, o CREMERJ pede que a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) reveja sua determinação de colocar em diligência todos os programas de residência do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj, impedindo a realização das provas, programada para 13 de janeiro. A comissão também esteve no Hospital do Fundão, da UFRJ, e tomou a mesma decisão, contudo o processo seletivo já havia sido concluído no ano passado.

Unidade com a maior quantidade de vagas para residência médica em todo o Estado do Rio de Janeiro e pioneira em várias áreas da Saúde, o Hospital Universitário Pedro Ernesto passou por uma grave crise financeira em 2015, bem como a Uerj. Apesar de tudo, a Faculdade de Ciências Médicas teve uma das melhores avaliações no último Enade no Estado.

Atualmente, o pagamento de prestadores de serviços e a compra de insumos são garantidos por uma medida judicial, obtida pela Defensoria Pública estadual no ano passado. No entanto, a unidade enfrenta atrasos no pagamento das bolsas e dos salários dos profissionais, o que tem impactado diretamente no atendimento. Em razão da falta de pagamento, muitos funcionários têm dificuldade para chegar ao trabalho. Para garantir o atendimento, a direção precisou reduzir o número de leitos

“A residência médica deve ser valorizada, porque é a garantia da boa formação médica e, por sua vez, da qualidade do atendimento médico à população. Prejudicar a residência só agrava a atual situação da saúde”, alerta o presidente do CREMERJ, Nelson Nahon.

Dentre o que foi alegado pela CNRM para impor as diligências estão “diversos serviços operando de forma mínima” e “fechamento progressivo de leitos, no momento menos de 240 ativos”, dois argumentos intimamente ligados à crise gerada pela ineficiência do poder público. Contudo, com o compromisso do Estado de regularizar os salários, será possível reabrir os leitos e retomar os serviços e a capacidade de atendimento.

“É um desserviço para a medicina o fechamento dessas vagas e a impossibilidade de concursos para novos médicos. Toda a cadeia de formação será prejudicada. É um ato injusto contra uma universidade que realmente tem um histórico positivo, e queremos que essa decisão seja revista”, frisa o diretor e coordenador da Comissão de Médicos Recém-Formados do CREMERJ, Gil Simões.

A própria União, através da lei 12.871/2013, obriga que sejam ofertadas vagas de residência em número suficiente aos egressos dos cursos de graduação em medicina.

“As decisões da CNRM atingem justamente os dois hospitais públicos com o maior número de vagas e que sofrem com a negligência dos governos. Tanto o Hupe como o Fundão prestam serviços de excelência à população e têm programas de residência de alta qualidade e reconhecimento no meio médico”, ressalta Simões.

A Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj) e a Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj) apoiam a posição do CREMERJ de solicitar que a CNRM autorize o processo seletivo do Hupe.

“Os gestores estão na contramão do bem social, porque deveriam enaltecer a residência, assegurar as vagas e valorizar os preceptores”, destaca o presidente da Amererj, Francisco Coelho.