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Equipes da Estratégia da Família decidem entrar em greve

20/10/2017

A crise que atinge os hospitais municipais do Rio de Janeiro está começando a atingir a saúde básica. Devido ao atraso nos salários, as equipes da Estratégia Saúde da Família do município do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve a partir do dia 26. A paralisação foi decidida em assembleia nessa quinta-feira, 19, na sede do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), que teve a participação de cerca de 200 pessoas.

Durante a reunião, os profissionais relataram que ainda não receberam os salários nem as bonificações de setembro e que a prefeitura não deu nenhuma previsão de pagamento. Ao todo, a rede possui 1.293 equipes multidisciplinar com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários, agentes de vigilância em saúde, dentistas, auxiliar de saúde bucal e técnico de saúde bucal. Todos são contratados por Organizações Sociais (OSs).

O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, declarou que o Conselho é solidário com o movimento. Ele reforçou que a prefeitura precisa apresentar um cronograma de pagamento a todos os funcionários.

“Os profissionais precisam ter uma previsão de pagamento de seus salários. A Estratégia Saúde da Família é fundamental para a assistência da população, principalmente por conta da crise nas unidades de saúde estaduais e federais, que têm reduzido atendimentos e serviços. O prefeito precisa resolver esta questão o mais rápido possível”, disse Nahon.


Crise pode ser agravar em 2018


A crise na rede pública de Saúde do município pode se agravar e se acentuar no próximo ano. A prefeitura enviou para a Câmara dos Vereadores um orçamento para a saúde em 2018 de R$ 4,97 bilhões, o mesmo valor do ano de 2016, ou seja, sem nenhum reajuste. Além disso, os orçamentos para os grandes hospitais municipais sofrerão redução. Para 2018, o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, terá seu o orçamento reduzido de R$ 257 milhões para R$ 209 milhões, uma redução de 18%. O corte no Miguel Couto, na Gávea, será R$ 33 milhões, passando dos atuais R$ 199 milhões para R$ 166 milhões. O Salgado Filho poderá perder R$ 9,3 milhões (de R$ 171,8 milhões passaria para R$ 162,5 milhões). Os dados estão no Projeto da Lei Orçamentária Anual, elaborado pelo Poder Executivo.

Em recentes fiscalizações do CREMERJ em três importantes unidades municipais – o Hospital Municipal Albert Schweitzer, o Hospital Municipal Rocha Faria e o Hospital Municipal Evandro Freire –, foram constatadas uma série de irregularidades, como superlotação, falta de medicamentos e déficit de recursos humanos. Segundo a direção dos hospitais vistoriados, a Secretaria Municipal de Saúde não repassa 100% do dinheiro destinado às unidades municipais e as Organizações Sociais (OSs) reduziram o salário do corpo clínico, alegando que isso era necessário para manter as unidades em funcionamento.

“As fiscalizações mostram que também é crítica a situação na rede municipal, o que muito nos preocupa. A população está ficando sem opções para o atendimento e médicos e demais profissionais estão atuando em condições cada vez mais precárias, além de atrasos salariais em muitos casos. É um absurdo e vamos cobrar da Secretaria Municipal de Saúde uma solução”, afirmou o presidente do CREMERJ.