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Sífilis é tema de reunião em Nova Iguaçu

03/10/2017

A promotora de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Região Metropolitana I, Márcia Lustosa, promoveu nessa terça-feira, 3, uma reunião com representantes do CREMERJ, do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren), da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e de seis municípios da Baixada Fluminense para discutir a situação do aumento dos casos de sífilis na região. Estiveram presentes representantes das secretarias de Saúde dos municípios de Nova Iguaçu, Queimados, Japeri, Seropédica, Paracambi e Itaguaí. O presidente do CRM, Nelson Nahon, representou o Conselho.

A promotora abriu o encontro explicando que o Ministério Público está com um inquérito em andamento para apurar como os municípios estão realizando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da doença. Márcia Lustosa explicou que o processo foi motivado após uma pesquisa do CREMERJ, realizada no final do ano passado, que aponta um grande aumento da sífilis congênita na Baixada Fluminense.

Segundo a promotora, um levantamento feito pelo MP apontou que os seis municípios da Região Metropolitana I não seguem os protocolos nem as diretrizes para o tratamento e a prevenção da sífilis estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Ela ressaltou que as cidades precisam seguir as normas estabelecidas para que o número de casos diminua e os pacientes da rede tenham acesso aos exames de diagnóstico e ao tratamento.

Todos os municípios assinaram um documento com recomendações e, caso elas não sejam seguidas, poderão ser responsabilizados criminalmente. “É preciso que as secretarias de Saúde de todos os municípios se conscientizem da importância de seguirem os protocolos. As equipes precisam ser treinadas e monitoradas para que os processos não se percam e, com isso, a população não seja prejudicada”, enfatizou a promotora.

Nelson Nahon chamou a atenção para um fato importante também apontado pela pesquisa do CREMERJ: o avanço da sífilis congênita na Baixada Fluminense está diretamente ligado à precariedade da atenção primária e ao pré-natal. “A quantidade de casos é realmente elevada. A sífilis é uma doença de fácil detecção por meio de exame de rotina ou durante o pré-natal. Isso demonstra grande falha no sistema público de saúde, em vários níveis de atenção, mas principalmente na primária. Dos seis municípios na Região Metropolitana I, apenas Nova Iguaçu tem maternidade, o que dificulta também o tratamento das crianças que nascem com a doença”, acrescentou Nahon.