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CREMERJ constata que pediatria de Niterói está em risco

26/07/2017

Membros da diretoria do CREMERJ estiveram no Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL) e no Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, ambos em Niterói, nesta quarta-feira, 26, para debater a assistência pública pediátrica da cidade. A pediatria do HEAL corre o risco de fechamento por conta de cortes orçamentários. O presidente do Conselho, Nelson Nahon, e as conselheiras Ilza Fellows e Márcia Rosa de Araujo se reuniram com as comissões de ética dos hospitais e também com as diretorias e defenderam a manutenção dos serviços. 

“Esse argumento, muito usado pelo Ministério da Saúde de que se o serviço atende pouco pode ser fechado, não faz sentido. Temos que melhorá-lo e não fechá-lo. Todos os pacientes devem receber atendimento. Não interessa se o serviço recebe cinco ou 30 pacientes. A pediatria do Azevedo Lima é essencial para a região e vamos lutar para que seja mantida”, assegurou Nelson Nahon.

Hoje o HEAL recebe pacientes da Metropolitana II, principalmente de Niterói, São Gonçalo e Silva Jardim. A unidade tem cinco leitos pediátricos de enfermaria, um de trauma pediátrico e 12 de neonatal. São sete médicos pediatras plantonistas e quatro com carga horária reduzida, alguns trabalhando como pessoas jurídicas, sem direitos trabalhistas assegurados. Há cerca de 20 internações mensais de emergência nessa área, 10 clínicas e 10 na ortopedia.

O Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, com 24 leitos de enfermaria, 10 de CTI, 10 de retaguarda de emergência e dois de estabilização, já faz em média 230 atendimentos pediátricos diários na emergência. A unidade teme que a demanda do Azevedo Lima seja transferida para lá, não tendo suporte para atendê-la.

“Esta notícia nos causa preocupação, porque não temos estrutura para atender trauma pediátrico. Não temos cirurgião de plantão, só temos cirurgia eletiva. Mesmo assim, a eletiva estava parada e só recomeçou esse ano”, contou Rafael Bacellar, membro da comissão de ética do Getulinho.

Segundo a diretoria executiva da Organização Social (OS) que administra o Azevedo Lima, o orçamento desse ano está pactuado em R$ 15 milhões mensais, dos quais são repassados efetivamente R$ 9 milhões. A previsão é que uma nova pactuação baixe esse valor para R$ 12 milhões acordados. A área que corre mais risco de fechamento é a pediatria, especialmente o trauma pediátrico.

Durante a visita às unidades, o CREMERJ teve conhecimento também de que o Hospital Azevedo Lima está com o tomógrafo quebrado e sem previsão de reparo ou troca pela Secretaria Estadual de Saúde. 

“Somos um hospital de porta aberta, que atende trauma e não temos tomógrafo. O tomógrafo está quebrado e não vão consertar. Hoje estamos fazendo tomografias de crânio com um tomógrafo portátil. Quando o aparelho é muito usado, esquenta e para de funcionar”, contou Carlos Malvone, membro da comissão de ética do HEAL.

A diretoria do CREMERJ se comprometeu a agir junto ao Ministério Público, à Defensoria do Estado e às Secretarias de Saúde municipal e estadual para cobrar uma solução e não permitir o fechamento de serviços pediátricos em Niterói.