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CREMERJ propõe luta por melhorias no Hospital Cardoso Fontes

14/06/2017

Déficit de recursos humanos e insumos, não renovação de contratos de trabalho, salários congelados e setor de Emergência funcionando abaixo da capacidade foram as principais queixas apresentadas pelo corpo clínico do Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), em reunião com o CREMERJ, nessa segunda-feira, 12. O encontro foi realizado com os diretores Renato Graça e Gil Simões.
 
A presidente da Comissão de Ética Médica do HFCF, Magali Luppo, falou, durante o encontro, das dificuldades enfrentadas pela unidade. Ela se disse preocupada com o resultado do déficit de mão de obra e da deficiência da residência médica.
 
“A questão dos recursos humanos é uma tragédia anunciada. Além disso, não temos insumos e, paralelamente a isso, estamos pelo sétimo ano consecutivo com o mesmo orçamento e sem ter como pagar os fornecedores. O resultado é o aumento da desassistência à população e a conseqüente desmotivação dos profissionais”, relatou.
 
A diretora técnica do hospital, Katia Berrine, alegou que diversos setores do Cardoso Fontes vêm enfrentando problemas sérios com a falta de medicamentos, principalmente a oncologia. Segundo ela, a especialidade representa quase 70% da verba da unidade, mesmo assim não funciona adequadamente. “A oncologia abrange diversas especialidades, faltam remédios e cirurgiões para operar as patologias. Não temos sequer macas para um paciente receber soro”, contou.
 
Após ouvir os relatos, Renato Graça salientou que, infelizmente Ministério da Saúde aparenta não querer investir nas unidades federais de saúde e sim incentivar a implantação de planos de saúde populares. “O CRM vem participando de assembleias em todos os hospitais federais para debater o problema. Acredito que o caminho realmente seja ir às ruas, denunciar a situação para que a população nos apoie. Não podemos deixar que fechem nenhum setor e que o desestímulo prevaleça. Contem com o Conselho para isso”, disse.
 
De acordo com Gil Simões, em recente reunião com coordenadores do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), o Conselho foi informado que não há previsão para renovação de contratos ou realização de concurso público nas unidades federais. “Precisamos unir profissionais e funcionários desses hospitais para ir à luta. Tudo que for incorreto em relação à assistência pode e deve ser encaminhado ao CRM”, explicou Gil, convidando os presentes a participarem de uma nova reunião com demais conselhos, no dia 29 de junho, na sede do CREMERJ.
 
A diretora geral do hospital, Ana Paula Fernandes de Carvalho, alegou que também indagou o DGH quanto às contratações no Cardoso Fontes e as respostas não foram animadoras. “O coordenador do DGH me apresentou um espelho das vagas disponíveis para cada unidade. Eu consegui contratar cinco especialistas para a clínica médica e mais três enfermeiros para a emergência. Tenho conhecimento de que o ministro da Saúde está querendo mudar os perfis dos federais, mas ainda não tem nada definido. Estou em uma posição complicada, em uma unidade com sérios problemas e toda ajuda no sentido de divulgar as nossas dificuldades é bem-vinda”, afirmou Ana Paula.
 
Os chefes de serviço e representantes dos setores de cardiologia, oncologia, gastroenterologia, cirurgia geral, odontologia, CTI, ginecologia, anestesia, pediatria e residentes participaram do encontro e também apresentaram suas demandas.