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GT de Emergência debate sistema de regulação de vagas

22/05/2017

Coordenadores e chefes das emergências do Rio de Janeiro se reuniram com o CREMERJ, nessa terça-feira, 16, para debater os principais problemas de suas unidades e o sistema de regulação de vagas. O encontro foi dirigido pela diretora Erika Reis e o coordenador da Câmara Técnica de Urgência e Emergência do Conselho, Aloísio Tibiriçá.

Participaram da reunião a superintendente de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Kitty Crawford; a coordenadora da Subsecretaria de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Cláudia Lunardi; e representantes dos hospitais municipais Miguel Couto, Rocha Faria, Salgado Filho, Souza Aguiar, Francisco da Silva Telles, Geral de Nova Iguaçu (Hospital da Posse); da Coordenação de Emergência Regional (CER) Centro; dos estaduais Getúlio Vargas, Azevedo Lima, Adão Pereira Nunes Saracuruna); do Federal de Bonsucesso; do Grupamento de Socorro de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Medicina de Emergência – Regional Rio de Janeiro (Abramede-RJ).

Durante o encontro, os médicos fizeram relatos sobre a situação do serviço em suas unidades, mostrando preocupação, principalmente, com o fluxo de saída dos pacientes.

– A rede pública de emergência no Rio de Janeiro é grande e enfrenta muitos problemas. As discussões feitas em encontros como esse são importantes porque podem ajudar a promover políticas públicas para melhorar a assistência à população – afirmou Aloísio Tibiriçá, que abriu o evento.

Erika Reis ressaltou que a reunião se insere no processo de realização do Fórum de Emergência do CREMERJ, no qual os médicos irão apresentar suas experiências no atendimento, apesar da crise precedente do setor. 

O coordenador da emergência do Getúlio Vargas, Clávio Ribeiro Filho, frisou que o maior problema da unidade é com a porta de saída de pacientes com determinadas patologias, como doentes hematológicos e cardiológicos. O mesmo ocorre no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, antigo PAM Irajá. Chefe da emergência, Jorge Cattani ressaltou que a principal complicação do setor é a transferência de pacientes crônicos e sociais. 

A superintendente de Regulação da SES, Kitty Crawford, disse que a Secretaria está ciente dos problemas da regulação e reconhece que no Rio de Janeiro existe uma escassez de leitos, principalmente para pacientes crônicos e oncológicos. 

Sobre a implementação da Central Unificada de Regulação, a coordenadora da Subsecretaria de Regulação da SMS-RJ, Cláudia Lunardi, afirmou que não há uma previsão para as unidades que possuem emergência começarem a utilizar o sistema.

Superlotação e outros problemas atingem as emergências do Estado 

A situação permanece crítica no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), conhecido como Hospital da Posse. O coordenador da emergência, Cláudio Mota, relatou que o hospital está superlotado e que os repasses de verbas não foram regularizados. 

Na Coordenação de Emergência Regional (CER) Centro, o volume de pacientes também é grande. A diretora geral da unidade, Ana Cristina Murai, citou que realiza por mês cerca de 10 mil atendimentos e, mesmo possuindo somente leitos de observação, a unidade realizou, em abril, 500 “internações”. 

No Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, houve uma redução de 100 leitos, de acordo com o diretor técnico, Jupiracy Damasceno. A chefe da emergência da unidade, Lívia Aguiar, contou que o maior problema do serviço, atualmente, é a alta demanda de pacientes ortopédicos, pois o centro cirúrgico não comporta o número de atendimentos, cerca de 1.500 ao mês.

Já a chefe da emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, localizado no Centro da capital, Letícia de Syllos, frisou que a dificuldade da unidade com a regulação é em relação aos doentes crônicos, que necessitam de internação prolongada. 

A emergência também está lotada no Rocha Faria, com 72 internados, quando a sua capacidade é de 38 leitos. No Miguel Couto existe uma sobrecarga no serviço de cirurgia vascular, com grande volume de doentes com pé diabético terminal. Também foi citada a falta de profissionais nos hospitais de Bonsucesso e Salgado Filho.  Com o término dos contratos temporários no HFB, a emergência perdeu 22 médicos, até o fechamento desta edição. No Salgado Filho, houve o chamamento de novos temporários, porém o quadro médico não foi completo. 

Ao fim da reunião, a presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência – Regional Rio de Janeiro (Abramede-RJ), Patrícia Neto, apresentou as propostas da entidade e ressaltou a luta da entidade pela criação da residência em emergência, com o objetivo de capacitar os médicos a atuarem na linha de frente das unidades públicas e privadas.