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Debate revela grave crise na oncologia do HFB

20/02/2017

O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, e os conselheiros Pablo Vazquez e Armindo Fernando da Costa compareceram a uma reunião com os representantes do corpo clínico e da Comissão de Ética Médica do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), nessa segunda-feira, 20, para discutir a grave crise no setor de oncologia da unidade.

Segundo o presidente do corpo clínico, Baltazar Fernandes, o setor está sem remédios e equipamentos para dar continuidade aos tratamentos oncológicos. “Convidamos o CRM para falar dos problemas que estamos passando nesse setor, que possui a maior demanda do hospital. Uma crise que já foi anunciada há tempos, mas que agora chegou ao total déficit de insumos, equipamentos e profissionais. Nossos médicos estão adoecendo por não terem condições adequadas de atender a população”, contou Baltazar.

A presidente da Comissão de Ética Médica, Sandra Azevedo, reiterou as dificuldades e contou que os dois tomógrafos estão quebrados há quase dois meses. “Temos um problema sério com pacientes que chegam por mandado judicial. A demanda é enorme, não tenho anestesista e quando um leito fica vago, rapidamente chega uma ordem para ocupá-lo. E muitas vezes o leito está inadequado para esse doente”, disse ela.

O representante da diretoria do HFB Mauro Santos anunciou que o conserto do tomógrafo acontecerá antes do Carnaval. Já Nelson Nahon fez um apelo para que os profissionais de saúde se unissem para lutar pelo hospital. “Não podemos permitir que se feche nenhum serviço, em nenhuma unidade. Fizemos uma pesquisa e visitamos 19 hospitais que têm oncologia e a situação é catastrófica. O tempo de espera dos pacientes que conseguem entrar no sistema é de dez meses a um ano entre o diagnóstico e o tratamento. Mesmo assim muitos tratamentos são interrompidos por falta de medicação. Apresentamos esse relatório de pesquisa à Defensoria Pública e seis desses hospitais estão com prazos para que se apresente uma solução. Em relação ao HFB, não podemos permitir que essa situação continue. O que for decidido aqui será levado à frente pelo CREMERJ”, afirmou Nahon.

O conselheiro e coordenador da Comissão de Saúde Pública do CRM, Pablo Vazquez, disse que a situação da especialidade é absurda. “No Brasil existe uma lei para que o início do tratamento de quimioterapia não ultrapasse 60 dias, mas observamos que as unidades demoram até 12 meses. No final do ano passado, o CRM foi até Brasília e apelou para o ministro da Saúde, mas ele não quis ajudar a saúde do Rio de Janeiro. Nós temos reunião marcada com a Defensoria Pública e diretores de hospitais para o mês de março, quando será dado um prazo curto para encontrarem uma solução. Não vamos deixar a sociedade pensar que o HFB vai definhar calado. Essa crise não pode ser paga com a vida das pessoas”, desabafou Vazquez.