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Gaffrée e Guinle realiza ato pela valorização do hospital

09/12/2015

Dando sequência ao movimento pela valorização dos hospitais universitários, o CREMERJ, o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), a Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj), a Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), estudantes, residentes e médicos do Hospital Gaffrée e Guinle, da Unirio, promoveram nesta quarta-feira, 9, uma manifestação  contra a crise financeira da unidade. Com um déficit  de R$ 12 milhões, o hospital reduziu o número de internações, e ameaça fechar por falta de insumos e pela suspensão da prestação de serviços terceirizados, como de limpeza.  Com cartazes, faixas e palavras de ordem, cerca de 100 pessoas protestaram contra a situação crítica do Gaffrée e Guinle e, para chamar a atenção para o movimento, paralisaram por minutos um trecho da Rua Mariz e Barros.

A instituição possui uma despesa mensal de cerca de R$ 6 milhões. No entanto, só recebe R$ 2 milhões, que são insuficientes para investir em infraestrutura e pagar funcionários e fornecedores. “Estamos diminuindo muito a nossa capacidade de atendimento e correndo um grande risco de fechar completamente se a nossa situação não mudar. Reduzimos as cirurgias eletivas e a outra solução que encontramos foi fazer um recessos de 16 de dezembro a 6 de janeiro, aproveitando as férias dos alunos e dos professores. Neste período não faremos internações, e os atendimentos nos ambulatórios serão reduzidos”, explicou o diretor-geral do hospital, Fernando Ferry.

Dos 236 leitos existentes no hospital, 106 foram desativados. Hoje, apenas 130 funcionam, e só 100 são, no momento, ocupados por pacientes. Se novos leitos forem fechados, o atendimento ficará com o funcionamento muito abaixo da sua capacidade. 
Para o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, a situação do Hospital Gaffrée e Guinle – referência no tratamento de pacientes com aids – é inadmissível. “Fui aluno desta faculdade, me formei aqui. Vejo com tristeza o desmonte do Graffeé. Não podemos admitir que o atendimento à população e a formação dos médicos sejam prejudicados pelo descaso do poder público”, declarou Nahon. 

Já o conselheiro do CREMERJ e presidente da Somerj, José Ramon Blanco, em seu discurso, destacou que a unidade há anos apresentava sinais de sucateamento. “O que temos visto acontecer nos hospitais universitários é um desestímulo, mas não estamos aqui para lamentar. Vamos lutar para que a população seja bem atendida e os futuros médicos tenham um ensino de qualidade”, disse.

Formado pela Unirio e com internato no Gaffrée e Guinle, ex-presidente da Amererj Diego Puccini contou que se entristece ao ver a deterioração da unidade. “É triste voltar ao hospital onde fiz graduação e verificar que a metade dele não funciona. Os hospitais universitários são importantíssimos para a formação dos médicos e não podemos deixá-los naufragar. Dentro desse contexto de sucateamento, de falta de leitos e de insumos básicos, a residência médica está sendo diretamente atingida, assim como o atendimento à população”, desabafou.  

Também compareceram a diretora do CREMERJ Marília de Abreu – que também é médica do Gaffrée e Guinle –; o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Jorge Darze; e o membro titular da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Paulo Pinheiro.