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Médicos promovem ato público em defesa da saúde suplementar

11/09/2014

Representantes de sociedades de especialidade e membros do CREMERJ, da Somerj e do Sinmed-RJ protestaram contra o descaso dos planos de saúde com relação às reivindicações da categoria durante um ato público realizado nessa quarta-feira, 10, no Centro do Rio de Janeiro, em frente ao Fórum. A falta de interesse de alguns planos de saúde em negociar com o movimento foi extremamente criticado. Além disso, os médicos denunciaram que os planos de saúde pagam para a categoria a metade dos honorários quando o paciente está internado em enfermaria, se comparado com aqueles que ficam em quartos. No entanto, o médico não faz distinção do paciente, prestando o mesmo atendimento. 

A coordenadora da Comissão de Saúde Suplementar (Comssu) do CREMERJ, conselheira Márcia Rosa de Araujo, explicou que, desde meados de abril, a categoria tenta negociar com os planos de saúde. Segundo ela, alguns aceitaram o valor reivindicado de R$ 80,00 por consulta, porém a maioria preferiu não negociar ou ofereceu valores aquém do sugerido pelo movimento.

De acordo com Márcia Rosa, muitas operadoras usaram a aprovação da Lei 13.003/2014, que define a contratualização e o reajuste anual dos honorários dos médicos, como um pretexto para não participar das negociações. Como a lei tem até o dia 24 de dezembro para ser regulamentada, alguns planos de saúde justificaram que preferem aguardar esse prazo, efetuando o reajuste apenas em 2015.

Para o presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, essa situação é inaceitável e por isso os médicos foram às ruas a fim de denunciar para a população e para o Judiciário o que vem acontecendo.

“Os planos de saúde reajustam as mensalidades dos seus beneficiários anualmente, então não há justificativa para não reajustar os honorários dos médicos. Além disso, não podemos esquecer as perdas durante anos sem reajuste. Os planos de saúde agem de forma discriminatória, pagando menos ao médico quando o paciente é atendido em enfermarias. Mas o médico não discrimina o paciente, tratando-o da mesma forma, independentemente de ele está em quarto ou enfermaria. A nossa luta é contra absurdos desse tipo e pela qualidade do atendimento à população”, afirmou Sidnei Ferreira.

Márcia Rosa também criticou os consultórios-satélites, que alguns planos de saúde têm adotado. De acordo com ela, dessa forma, os médicos perdem o poder sobre a sua agenda e a consulta é muito mais rápida, forçando o médico a atender no menor tempo possível, o que prejudica o paciente.

“O consultório-satélite não é o que os médicos querem nem o que o consumidor quer. A Amil, que adotou esse método e que foi comprada recentemente por uma grande empresa internacional, não quis negociar com a categoria. Vivemos ainda absurdos em que dois hambúrgueres ou um combo de pizza são mais caros que uma consulta”, disse Márcia Rosa, fazendo referência à Intermédica-NotreDame, comprada pelo grupo Bain Central, que também é dono das empresas Burger King e Domino’s Pizza.

Durante o protesto, os participantes mostraram cartazes reivindicando reajuste salarial e denunciando, por exemplo, que duas pizzas na Domino’s e um refrigerante custam R$ 69,90, no entanto o valor da consulta que a Intermédica paga aos médicos é de R$ 66,00.

O Movimento de Convênios será discutido mais uma vez durante assembleia no dia 15, às 20h, na sede do CREMERJ.

Compareceram também ao ato público os conselheiros Nelson Nahon, José Ramon Blanco (presidente da Somerj), Gilberto dos Passos, Marília de Abreu (presidente da SMCRJ), Ricardo Bastos e Carlos Enaldo de Araújo, além do diretor do Sinmed-RJ Eraldo Bulhões.