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Grave crise de falta de medicamentos e insumos afeta Hemorio

08/09/2014

Referência no tratamento de patologias no sangue, o Hemorio enfrenta uma grave crise de falta de medicamentos e de insumos. Nesta sexta-feira, 5, os diretores do CREMERJ Pablo Vazquez, Gil Simões e Marília de Abreu estiveram na instituição, onde participaram de uma reunião com o corpo clínico e com a direção da unidade. 
 
Na ocasião, os colegas relataram que estão extremamente preocupados com o déficit de medicamentos e de insumos. Segundo eles, diariamente, é feita uma lista dos remédios disponíveis na unidade. Em alguns casos, eles são obrigados a substituir o tratamento dos pacientes porque não há o medicamento no Hemorio. Essa situação vem afetando até os pacientes mais graves, como os oncológicos.
 
A direção explicou que frequentemente pede medicamentos emprestados, mas que nem sempre consegue. Além disso, segundo a direção, a situação só chegou a esse ponto porque há uma dívida de R$ 6,8 milhões do município com o Hemorio – da época em que a instituição era administrada por uma instituição privada. Atualmente, sob gestão da Fundação Saúde, comandada pelo Estado, o problema financeiro persiste e é agravado pela falta do repasse de uma verba, desde janeiro, do Sistema Único de Saúde (SUS) à unidade. 
 
Os médicos do Hemorio lembraram que, antes da Fundação Saúde, havia problemas de recursos humanos, que foi parcialmente solucionado. Porém, de acordo com eles, essa é a primeira vez que a unidade enfrenta uma falta de medicamentos e de insumos tão grande.
 
“Estávamos acostumados a cuidar dos nossos pacientes com excelência, oferecendo o melhor tratamento. Agora, temos que optar pelo tratamento que é possível ou, simplesmente, mudar a medicação do paciente no decorrer do tratamento. Às vezes, faltam antibióticos e analgésicos. Isso tem nos angustiado, por isso estamos pedindo o apoio do CREMERJ”, desabafou um dos membros do corpo clínico.
 
Segundo os colegas, as vagas da unidade são todas reguladas. Em algumas ocasiões, eles recebem o paciente, mas não têm o medicamento indicado para o tratamento necessário. Os médicos disseram que já tentaram dialogar com a regulação, porém os mandados judiciais obrigam a internação.
 
“Realmente, é uma situação gravíssima. Recomendo que os colegas anotem tudo, notificando a falta de medicamentos e de insumos para se preservarem. Mas a maior preocupação mesmo, como vocês disseram, é com o paciente. Teremos uma reunião com o secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir, na semana que vem, e vamos relatar tudo o que está acontecendo e cobrar uma intervenção urgente”, afirmou Pablo Vazquez.
 
Gil Simões também se comprometeu em levar o caso para o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Além disso, o CREMERJ agendará uma fiscalização no Hemorio nos próximos dias.
 
O encontro foi organizado pela presidente do corpo clínico, Eleonora Tomé, que também é membro da Comissão de Ética Médica.