CREMERJ em Revista Outubro/2020

e quatro meses de diferença entre um e outro. Brinco que foi produção em série. Queremos nos estabelecer no mercado. A gente quer ter uma vida, nós somos de carne e osso, temos sentimentos e tudo. Se meu dia tivesse 48 horas seria pouco, porque escolhi uma especialidade que não tem hora. É o bebê que escolhe quando quer nascer. Nós podemos até agendar, mas, às vezes, as coisas saem do controle. CR: Qual o conselho que você dá ao médico jovem, para aquele que está na faculdade e na residência? Como aproveitar a vida, ser um bom médico e ter sucesso? BC: Organize seu tempo, estude muito. Aja com seu paciente como se fosse da sua família. Estude, se especialize, não pense em se formar e ganhar dinheiro, para depois fazer uma especialização. Você não vai fazer. A vida é um turbilhão e passa muito rápido. Estruture seu tempo, sua vida. Planeje, saiba poupar dinheiro e investir na sua saúde financeira. Antes, tínhamos concursos públicos. Hoje, contratos e vínculos de trabalho com os médicos são muito frágeis. Se não tiver uma boa saúde financeira, não vai ter uma velhice adequada, um futuro palpável. O que se vê são médicos mais idosos indo para a linha de frente, trabalhar, dar plantão nas emergências. Tudo porque não tiveram ou não puderam ter esse planejamento financeiro ao longo da vida. Médico jovem CR: Você é uma das mais jovens conselheiras do Cremerj. Como foi assumir isso? Ajudou a experiência que você teve na Amererj e na associação nacional? BC: Olha, eu sou a que tem menos idade, mas a que tem mais experiência com grupos conselheiros. Já atuava nisto e tinha o con - tato com entidades médicas. Sempre digo para todos os médicos: Tem de conhecer as leis da sua profissão. Conhecer o Código de Ética Médica, as resoluções do Conselho. Saber seus deveres e direitos. Não existe se formar médico e não saber seus direitos e deveres. É intrínseco desde a faculdade. Bri - gamos muito para que estudantes e médicos jovens conheçam direitos e deveres. A bíblia é o Código de Ética Médica. CR: Mãe, médica e conselheira. Como consegue juntar tudo isto? BC: É quase um Bombril, mil e uma utilidades. Hoje, as mulheres são mais de 50% na área médica. E até 2023 os médicos jovens serão a maioria em atividade no país. São seis anos de faculdade. Depois mais três, quatro, cinco, seis anos de especialização, de residência médica e etc. E aí, ela vai ser mãe. Com tudo isso, a médica não perde o desejo de ser mãe, de casar. A mulher não perde a vida pessoal. Aprende a diversificar mais seu tempo e aproveitá-lo melhor. A maioria casa mais tarde. Tem filhos mais tarde. Tive meu primeiro filho com 38 anos e o segundo com 39. Um ano Beatriz Costa com a sua família

RkJQdWJsaXNoZXIy NDE1MzA5