CREMERJ em Revista - Setembro 2020

12 CREMERJ em Revista • Setembro | 2020 Médico jovem Médicos jovens em atuação contra a Covid-19 Anestesiologista Yuri Salles decidiu atuar na linha de frente durante pandemia CREMERJ em Revista: Como surgiu a medicina na sua vida? Yuri Salles: A medicina entrou na minha vida por causa da minha mãe, Cecília Salles, que é médica ginecologista e obstetra, em Niterói. Sempre a vi muito dedicada à profissão, trabalhando incansavelmente, tanto no consultório quanto nas maternidades. Quando ela era chamada, a qualquer hora, mesmo à noite ou de madrugada, e não havia com quem nos deixar, eu e meu irmão íamos com ela ao hospital e ficávamos sob guarda dos funcionários enquanto ela trabalhava. Já ficamos até no carro dormindo com segurança de olho. Ela tem mais de 30 anos de carreira. Atualmente, ela também é a delegada do CREMERJ, em Niterói, e como eu sou conselheiro e diretor da entidade, fico feliz em tê-la nos ajudando na luta em prol dos médicos e na defesa da medicina. A minha mãe inspirou, a mim e a meu irmão, William Salles Lutz, que também é médico. Ele também é muito dedicado à profissão e amante da medicina. CR: Como foi lidar comessapandemia, como médico jovem? YS: Tenho 8 anos de formado, então sou muito novo na profissão. A pandemia foi algo que nunca tinha vivenciado antes. Nossa estrutura de saúde já é muito sobrecarregada, faltamleitoseprofissionais, há uma carência de tudo. E foi uma situação que ninguém tinha conhecimento sobre a doença e como ela ia evoluir. Não se sabia quem ia ficar doente, se seu colega ou você mesmo ia adoecer ou morrer. Tínhamos medo como qualquer pessoa, médicos antigos e novos. Eu temia ir para casa e transmitir algo mortal para a minha filha pequena ou para minha esposa grávida. Não temos aula de pandemia na faculdade, mas de medicina interna, cirurgia, psiquiatria etc. Foi algo novo e totalmente inesperado. Eu tinha um pouco de experiência com pacientes graves, porque já trabalhei com medicina intensiva. E como sou anestesista, a especialidade te prepara para lidar com o paciente crítico, mas o que vimos não foi nada fácil. O paciente com Covid-19 é realmente um paciente especial. Yuri Salles e colegas no Hospital Universitário Antônio Pedro

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