CREMERJemRevista-Mar20

CREMERJ em Revista • Março | 2020 13 ao exercício. Acredito total- mente que qualquer doen- ça não deva ser limitadora para nos impedir de nos exercitarmos. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que as pessoas realizem de 150 a 300 minutos de exercícios por semana. Todo médico deve recomendar isso, mas acredito que o paciente pre- cisa me ver como exemplo”, afirmou Christiane, que tem uma rotina diária de treino de ao menos 60 minutos, pois, como ela mesma diz, “o importante é encontrar harmonia”. Como anestesiologista, ela trabalhou na rede fede- ral e particular. Infelizmen- te, com o passar dos anos, a doença progrediu. E, hoje, com as sequelas, ela teve que se afastar da sua pri- meira especialidade, pas- sando a se dedicar à pesqui- sa e à Medicina do Exercício e do Esporte. Christiane foi trabalhar no Laboratório de Performance Humana, de uma rede privada, onde se aprofundou mais nesta área. Paraciclismo Com as corridas, ela per- cebeu que gostava de prati- car provas de longa duração, mas a sobrecarga nas articu- lações começou a dificultar a prática em sua totalidade. Decidiu, então, aventurar-se no triátlon, porque, desta forma, conseguia revezar as modalidades. Sem saber na- dar e andar de bicicleta di- reito, aprendeu o nado livre em altomar e começou a pe- dalar na orla. Depois de dois meses de iniciar os treinos, realizou sua primeira prova. “Me subiu a cabeça o fato de eu ser triatleta (brinca). Foi com a periodicidade da atividade física que minha doença ‘estacionou’ e per- maneceu, assim, até mea- dos de 2015. Por conta de uma sequência frustrada de gestações, houve progressão da doença, o que me deixou com sequela e precisei parar de correr”, relatou Christia- ne, que ficou com um pro- blema na perna, mas conse- guiu retomar os treinos de ciclismo e de natação. Sua última competição de triátlon aconteceu em A seguir, mulheres atuam na luta da residência médica 2016. Mas a vida esportiva não foi encerrada. Foi, nes- te momento, que ela conhe- ceu o paraciclismo e voltou a competir, utilizando uma bicicleta adaptada. “Tenho participado de competições como paratle- ta de ciclismo e, honesta- mente, a sensação de ga- nhar e de subir no pódio é muito boa. Ainda há muito desconhecimento sobre os campeonatos esportivos no país, principalmente de pa- radesporto. O Brasil é uma grande potência nas mo- dalidades paralímpicas. Eu, inclusive, não tinha tanto conhecimento. Hoje, estou me preparando para mais uma edição do Panamerica- no, que acontece este mês”, contou ela, que foi campeã da Copa Brasil e do Campe- onato Panamericano de Pa- raciclimo, ambos realizados em 2019, e mostrou, com orgulho, as medalhas de pri- meiro lugar. Christiane comemora o 1º lugar

RkJQdWJsaXNoZXIy NDE1MzA5