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CREMERJ em Revista • Fevereiro | 2020 9 in natura . Somente Nova Iguaçu trata 0,1% do dejeto que produz. Segundo análise do Comitê das Bacias Hidro- gráficas dos rios Guandu (Comitê Guandu-RJ), a me- lhora da qualidade da água só será possível com o tra- tamento de esgoto. A Ce- dae anunciou, no dia 23 de janeiro, que investirá mais de R$ 120 milhões na mo- dernização da Estação de Tratamento do Guandu este ano. A obra contemplará a construção de um dique para impedir a chegada do esgoto dos afluentes do Rio Guandu à lagoa de captação de água para a estação e a transposição dos rios Poços, Queimados e Ipiranga. A obra, contudo, não substitui a necessidade de tratamen- to de esgoto. “A maior parte do nosso organismo é constituída por água. Ela é vital para o bom funcionamento dos nossos órgãos e metabolismo. No entanto, se a água que con- sumimos não for de boa qualidade, ela pode transmi- tir diversas doenças”, alertou o presidente do CREMERJ, Sylvio Provenzano. Riscos à saúde O clínico geral e conse- lheiro do CREMERJ César Figueiredo Veiga explicou que a água sem tratamen- to pode provocar diarreia, infecções intestinais, pro- blemas de pele, vômitos, além de hepatite A, cólera, giardíase e febre tifoide. Ele recomenda que, em caso do aparecimento desses sinto- mas, deve-se procurar aten- dimento médico. Figueiredo também aconselha: “A água fornecida pode até ser fer- vida, mas o procedimento elimina apenas organismos que não suportam a tempe- ratura de fervura da água. Para a filtração, o recomen- dado é o filtro de carvão ati- vado, mas vale ressaltar que ele não eliminará matéria orgânica, por exemplo”. André Luiz Costa, pedia- tra e conselheiro do CRE- MERJ, é categórico em afir- mar que não se deve deixar que crianças — e muito menos recém-nascidos — entrem em contato com a água com cheiro, inclusive para banhos. Deve-se evitar, também, oferecer esta água para animais de estimação. “Enquanto não tivermos uma correção do problema na fonte da água que chega nas nossas casas, não a re- comendo nem para banho. Sugiro que crianças não façam qualquer uso desta água enquanto ela não esti- ver perfeitamente limpa. Se for filtrada e depois fervida, é um pouco mais seguro. O que nós sabemos é que a geosmina é o resíduo do metabolismo de uma bac- téria, então não há a bac- téria, mas há o resíduo de que houve uma contamina- ção. Pode ser que haja ou- tra bactéria? É possível. Os testes da Cedae dizem que não, porém é mais confiável se prevenir”, concluiu. A seguir, entrevista com o médico Pietro Novellino      €‚ ƒ              €     €

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