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14 CREMERJ em Revista • Dezembro | 2019 Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil Grandes Médicos Brasil, final do século XIX e início do XX. Machista e preconceituoso. Mulheres e negras tinham pouco espa- ço para estudar e trabalhar. Imagine, então, uma moça negra, com sonhos de se tornar médica. Isso mesmo. Médica. E tem mais. Nas- ceu no interior da Bahia, em São Félix do Paraguassu, no dia 5 de março de 1884. No Brasil daquele tempo? De- via ser uma dureza só. E era. Mas, a menina sonhava alto. Tente visualizar o sonho da menina. Devia ser fascinan- te se ver negra e médica, um feito até então, inexis- tente. Via seu pai, médico e se projetava como tal. Esta mulher superou as expecta- tivas e se tornou a primeira médica negra do país. Ma- ria Odília Teixeira se formou pela Faculdade de Medicina da Bahia (FAMEB), em 15 de dezembro de 1909. E era só isto? Não. Cinco anos, mais tarde, passou a ser profes- sora na mesma faculdade. Tudo isso aconteceu de- pois de 101 anos de criação da escola médica na Bahia (1808-1909). E trinta anos depois de ter sido aprovada a lei que garantia o direito da mulher se formar em Medi- cina, no Brasil (1879-1909). Doutora Maria Odília foi a sétima mulher graduada em Medicina pela FAMEB. E a primeira diplomada no século XX. Em 1914, foi no- meada parteira da Materni- dade Climério de Oliveira. Em depoimento ao Con- selho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CRE- MEB), em março de 2019, o filho de Odília, o médico José Leo Lavigne, contou que ela era referência de conduta profissional para os familiares. Além de José,

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