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CREMERJ em Revista • Dezembro | 2019 9 a febre amarela é a única que tem vacinação. Apesar de antiga, André Siqueira garante que a vacina é efi- caz e segura, inclusive em crianças. “Os principais cuidados devem ser com pessoas com comorbidades (quan- do há duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e simultane- amente) que pos- sam prejudicar a própria saúde. No caso de idosos, deve se colocar na balança o risco de adquirir febre amarela ou de pos- síveis sintomas advin- dos pela vacina. Pessoas acima de 60 anos têm riscos três vezes maiores de ter evento adverso grave, mas ainda assim é pequeno, sendo um em 100 mil ca- sos. Já a letalidade da febre amarela tem risco de morte entre 20 e 50%. Em tempos de surto, por exemplo, vale ponderar a importância de vacinar o idoso”, frisou. Por enquanto, não há uma previsão de epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro. No entanto, epi- sódios da doença, inclusi- ve neste verão, não estão descartados. “Tem ocorrido monitoramento de casos tanto de pessoas quanto das epizootias (conceito utiliza- do na saúde pública veteri- nária para qualificar a ocor- rência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região), em ma- tas urbanas, em macacos. Houve um direcionamento da circulação do vírus para o Sul. Isso não impede que a circulação do vírus volte ao Sudeste, ao Rio. Temos áreas suscetíveis, porque a cobertura vacinal não é ide- al”, explicou. De acordo com o médi- co, áreas onde a cobertu- ra vacinal é mais intensa têm grande resultado. Um exemplo apontado por ele é a região Norte. O último caso de febre amarela urba- na confirmada foi no estado de Rondônia, em 1942. Des- de então, só foram registra- dos casos de febre amarela silvestre. “A urbanização da febre amarela existe quando a transmissão acontece pelo Aedes aegytpi , que é poten- cial transmissor da doença e o mosquito que permanece no ambiente urbano. Os outros transmissores estão em áreas ru- rais. Se isso acon- tecer, a transmis- são pode ser mais intensa, por conta do aglomerado maior de pessoas. A forma mais eficiente, além de combater o mosquito, é a vacinação da população. Se o vírus vier a circular potencialmente, com a população protegida pela vacina, a intensificação da transmissão é diminuí- da”, completou. Ainda não há vacinas contra dengue, zika e chi- kugunya. Das três, a primei- ra é a que está perto desta conquista. E quem encabe- ça uma das pesquisas é o Instituto Butantan. “Vacinas contra zika e chikungunya devem demorar mais tem- po. Já as vacinas contra dengue estão em fase mais avançada, mas ainda não são de uso público. Uma

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