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12 CREMERJ em Revista • Novembro | 2019 Grandes Médicos Trota Salerno, a primeira A Escola de Salerno foi a primeira universidade de Medicina na Europa. Cria- da na época Medieval, ela se tornou a mais importan- te fonte de conhecimento medicinal neste período. A saúde feminina era um dos temas mais pesquisados na Escola, e uma mulher que ocupou uma cadeira na uni- versidade foi responsável por boa parte do conteúdo produzido. Trota de Salerno, como era conhecida, foi pio- neira da ginecologia e obs- tetrícia. E escreveu livros e tratados sobre saúde femini- na, procedimentos ginecoló- gicos e obstétricos, além de questões estéticas para pre- servar a beleza. Suas lições foram publicadas para toda a Europa, ao longo de pelo menos 400 anos. Naquele período, em torno do século XII, só mu- lheres cuidavam da saúde de outras mulheres. Isso se justifica pela vergonha que muitas tinham de revelar sua intimidade aos médicos homens, o que possibilitou que ela reunisse informa- ções importantes sobre os problemas que as acome- tiam à época. Apesar de não ter sido a única a se dedicar aos estudos da Medicina fe- minina, apenas Trota deixou por escrito suas pesquisas. Os estudos publicados ficaram conhecidos como “ Trotula major” , “Trotula minor” e “Liber de sintho- matibus mulierum” (Livro das Condições das Mulhe- res). As trotulas, que inclu- íam textos e tratados, abor- davam anatomia, fisiologia e sexualidade feminina. Já o Livro das Condições das Mulheres se ocupava de questões obstétricas e de cuidados com recém-nas- cidos. Suas teorias médicas eram muito avançadas para a época. As pesquisas de Trota eram focadas na prevenção de doenças e na atenção à situações críticas. O parto recebeu atenção especial. Em seu trabalho também descreveu várias técnicas ci- rúrgicas, postulou a impor-

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