CREMERJemRevista-Out19

CREMERJ em Revista • Outubro | 2019 31 habilidades necessárias para execução de ideias. A princípio, pensei em fazer residência em cirurgia geral,mas hoje vejoque a minha especialização foi fun- damental para o trabalho que desenvolvi como diretor técni- co”, diz. Tudo o que aprendeu na área de gestão, aplicou para melhorar a assistência da po- pulaçãoeparaassegurar condi- ções dignas de trabalho a todos os profissionais de saúde. O HFSAéuma instituiçãofilantró- pico-privadaque realiza60%de seus atendimentos para o SUS. Durante uma forte crise, em 2013, chegou a fechar as por- tas. Fernão conta que assumiu riscos e desafios e os resulta- dos foram significativos. Hoje, o hospital está com mais pro- fissionais que antes e teve sua infraestrutura ampliada para melhor atender aos pacientes. “É precisopensar aMedicina para além da residência e afas- tar a frieza administrativa das gestões hospitalares. E isto só é possível com mais médicos se tornando gestores. Desta for- ma, podemos mudar a realida- de nas unidades, além de mo- bilizar toda a categoria na busca pela dignidade profissional e a se organizar cada vez mais por melhores condições”, afirma. Por outro lado... Na mesma corrente de ex- pansãodaMedicina comoutras áreas do mercado de trabalho, surgiu o portal PEBmed e os aplicativos WHITEBOOK e NUR- SEBOOK . Ambos desenvolvidos por três médicos formados pela Universidade Federal Flumi- nense (UFF). Segundo conta o co-fundador e CEO, Bruno La- goeiro, de 32 anos, as iniciativas nasceram para auxiliar no dia a dia dos profissionais. “Tanto o portal quanto os aplicativos foram criados para ajudar o médico e demais agentes de saúde na tomada de decisão clínica. Acreditamos que é possível criar ferramen- tas eficazes que transformema rotina assistencial”, declara. Ao entrarem neste univer- so, um dos maiores desafios enfrentados pelo grupo foi a responsabilidade com os da- dos dos usuários. Além disso, o projeto funciona em modelo de assinatura e conta commais de 100 mil usuários. Para gerir os projetos, eles possuem um time de 50 pessoas no escritó- rio e outros 30 médicos traba- lhando em tempo parcial. Finalmente... Com espaço para expansão, a comunicação digital surge como meio para novas narra- tivas e formas de disseminar conhecimento. O anestesista Carlos Eduardo Martins, de 39 anos, apostounas redes sociais, criando a página “Crônicas de Anestesia”, no Instagram. Co- nhecido como Caê Martins, suas ilustrações apresentam o cotidiano dosmédicos da área. A página temumpúblico de mais de 19 mil seguidores atin- gindo um público ainda maior. O médico afirma que nunca fez curso de desenho, mas que sempre gostou da arte. “Comecei antes de 2007, mas após o términoda residên- cia deixei o projeto de lado e só consegui retornar em 2012. Nessa época, já existia o Insta- gramepassei adivulgarminhas artes lá”, comenta. Para o recém-formado que ainda está na busca por novas experiências, os relatos acima são uma fonte de inspiração. Empreender é a oportunidade de fazer novas e diferentes ati- vidades dentro de sua área de atuação. É a possibilidade de tornar a prática médica uma experiência ainda mais espe- cial. Na opinião de Fernão, para empreender não existe fórmu- lamágica. “Muito se sabe sobre a realidade do médico nas uni- dades de saúde, mas pouco é feito para mudar essa rea- lidade. Ao médico cabe sair da zona de conforto e buscar por soluções, sendo necessá- rio empreender. Usar a nossa criatividade e habilidades para ir além”, finaliza.

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