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CREMERJ em Revista • Setembro | 2019 15 res. Charles, Alexander, Ca- roline e Louise. Quando da 2ª Guerra Mundial, Peter trabalhou no tratamento de queima- dos. E verificou que muitos pacientes tinham rejeição nos transplantes de pele. Isto o intrigou, profunda- mente. Esta questão o le- vou a estudar com afinco o que era necessário para que isto não acontecesse. Foi aí, que ele chegou à conclusão que, havia pos- sibilidade de evitar rejeição no transplante de órgãos. E de tanto pesquisar sobre o assunto e publicar várias matérias, acabou indicado e recebeu o Nobel de Me- dicina, em 1960, juntamen- te com o australiano Frank Macfarlane Burnet, seu parceiro e amigo. Dois anos após a divul- gação dos experimentos, o resultado da pesquisa foi fundamental para a realiza- ção do primeiro transplan- te bem-sucedido de órgãos entre não familiares da história. Utilizando a téc- nica de Burnet e Medawar, médicos norte-americanos realizaram um transplante de rim entre duas pessoas sem ligações genéticas. Até aquele momento, só acon- teciam transplantes se os pacientes fossem parentes diretos. Com o soro antilin- focitário qualquer pessoa poderia, em tese, receber órgãos, num transplante, de outra, sem vínculo de parentesco. No ano seguinte ao No- bel, Peter Brian Medawar foi convidado a voltar para o Brasil. Desta vez, para receber o título de Doutor Honoris Causa pela atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. O pior é que este fato foi pouco noticia- do, na época, pela mídia brasileira. Em 1965, recebeu da Rainha Elizabeth, da Ingla- terra, o título de Sir. E o brasileiro passou a ser tra- tado como Sir Peter Brian Medawar. Em 1987, depois de es- crever vários livros consa- grados no meio médico e dirigir institutos de pesqui- sa, Sir Peter Brian Medawar faleceu. Deixou um legado, até hoje, não assumido pelo Instituto Karolinska e regu- lado pela Fundação Nobel. Peter Brian Medawar, ape- sar deste nome estrangeiro era brasileiro e recebeu um Nobel de Medicina. Mas, o Brasil continua sendo con- siderado um país que não tem, entre seus cientistas, um laureado, no prêmio máximo da Ciência. Foto Medawar Burnet https://www.asn50.org

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