CREMERJemRevista-Set19
CREMERJ em Revista • Setembro | 2019 9 virtual. No ano passado, médicos de um hospital de Minnesota, nos EUA, usa- ram realidade virtual para simular os procedimentos de separação de gêmeas siamesas recém-nascidas devido à complexidade do caso – as nenês estavam unidas do peito até o final da barriga. A cirurgia foi um sucesso e os médicos envol- vidos atribuíram o sucesso ao uso da realidade virtual antes da cirurgia. A startup brasileira MedRoom reproduziu a ana- tomia do corpo humano por meio dos óculos de realida- de virtual para ensinar alu- nos de faculdades de Medi- cina. Os estudantes podem analisar individualmente, e com fidelidade, os órgãos de uma paciente virtual e ver a estrutura anatômica da paciente de forma realista, além de interagir com os ór- gãos. Quatro universidades brasileiras e mais duas me- xicanas já usam a tecnologia em suas aulas práticas. Como vimos, as possibi- lidades de uso da realida- de virtual têm se mostrado muito positivas, melhoran- do a qualidade de atendi- mento e o diagnóstico e o tratamento dos pacientes. A realidade virtual é uma tecnologia de interface que cria a sensação de presença em um ambiente diferente do real. Seus óculos indu- zem efeitos visuais, sonoros e até táteis através de recur- sos gráficos 3D ou imagens 360 0 . Bastante conhecidos por sua utilização em jogos de videogame, a realidade virtual também tem sido uma aliada da medicina. No Hospital Sabará, em São Paulo, esta tecnologia é usada para amenizar a an- siedade e favorecer a recu- peração dos doentes. Uma vez por semana, crianças que estão internadas são transportadas para pas- seios virtuais em parques de diversões, mundos de dinossauros ou mergulhos no fundo do mar, sem que elas saiam, fisicamente, da unidade. No Hospital Sírio- -Libanês, no mesmo esta- do, a ferramenta é aliada no tratamento de pessoas com problemas no labirin- to, região da orelha interna, responsável pela noção de equilíbrio. Aliviar dores sem uso de medicamentos é outro uso da realidade virtual. Por meio de um programa de imersão, pacientes do pronto-socorro do Hospital St. Joseph, na França, rela- xam, aumentando a tole- rância à dor sem aplicação de analgésicos. O método é simples: enquanto são aten- didos, os pacientes se distra- em com estímulos auditivos e visuais, como paisagens naturais e sons agradáveis, transmitidos pelos óculos. Além de diminuir o uso de medicamentos, o procedi- mento ajuda a controlar a ansiedade e a acalmar os doentes. Pesquisadores do Labora- tório de Trauma e Medo do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já utilizam a tecnologia na assistência à pessoas com estresse pós- -traumático ou medos. A tecnologia é usada de forma experimental com motoris- tas de ônibus que passaram por situações que causam estresse - como assaltos, se- questros ou atropelamen- tos - e é utilizada também na assistência a pacientes com medo de avião. A aplicação no planeja- mento pré-operatório, na assistência, no treinamento cirúrgico e no ensino mé- dico também são possibili- dades de uso da realidade
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