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18 CREMERJ em Revista • Setembro | 2019 Sarampo de volta ao Brasil Altamente contagioso, o sarampo está de volta ao país e vem preocupando es- pecialistas e o próprioMinis- tério da Saúde. Só este ano foram confirmados mais de 1,3 mil casos. Devido ao re- torno do surto da doença, o Brasil acabou perdendo o certificado internacional de erradicação do sarampo, conferido em 2016 pela Or- ganização Pan-Americana de Saúde (Opas). Para perder a chancela, o país precisa ter a ocorrên- cia de um mesmo surto por mais de 12 meses, exata- mente o que aconteceu no país, após registrar um total elevado de pessoas infecta- das com o vírus, que come- çou em fevereiro de 2018, proveniente da Venezuela. Os números foram atualiza- dos à Opas pelo Ministério da Saúde em março deste ano. E a totalidade dos casos realmente chama a aten- ção. De acordo com dados da pasta, entre 12 de maio a 3 de agosto deste ano, foram registradas 1.226 ocorrências, sendo 1.220 em São Paulo, quatro no Rio de Janeiro, uma na Bahia e outra no Paraná. Se contabilizar desde janeiro, foram confirmados 1.322 casos. Do início de 2018 a 8 de janeiro de 2019, fo- ram registrados 10.274 pacientes com a doença. Especificamente, durante este período, os estados mais atingidos pelo surto foram: Amazonas (9.778), Roraima (355), Pará (61), Rio Grande do Sul (45) e Rio de Janeiro (19). Para recuperar o certifi- cado internacional dentro de 12 meses, o país precisa traçar um plano para conter o avanço da doença. Algu- mas medidas já vêm sendo tomadas, estando, entre elas, ações em parceria com estados e municípios para o bloqueio vacinal seletivo, além da rotina de vacina- ção. Há ainda equipes de investigação de campo e os sistemas de vigilâncias epi- demiológicas foram reforça- dos. Um comitê também foi montado para avaliar diaria- mente a situação em todo o país, um passo que antece- de a decretação de estado de emergência. Cidades selecionadas também estão promovendo campanhas específicas para vacinar pessoas de 15 a 29 anos. Na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), a trí- plice viral continua disponí- vel em todos os postos de vacinação do país. A vacina, que é a única forma de pre- venção contra o sarampo, protege também contra ru- béola e caxumba. Uma novidade é a cha- mada “dose zero”, indicada para bebês de seis meses a menores de um ano de ida- de que viajarem para muni- cípios em situação de surto ativo do sarampo, que, até o momento, estão localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. As crianças dentro desta faixa etária devem ser vacinadas contra a doença, no período mínimo de 15 dias, antes da data prevista para a viagem. A medida visa proteger o bebê e interromper a cadeia Saúde Pública Mais de 1,3 mil casos da doença confirmados no país só este ano

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