CREMERJemRevista-Set19

CREMERJ em Revista • Setembro | 2019 27 na área. – Eu fiz um “observa- tionship” (um tipo de está- gio) no Guy’s Hospital por três meses nesta especiali- dade e resolvi traçar meus estudos nesse caminho. O programa permite aos gra- duados de medicina estran- geiros um estágio super- visionado e, vale ressaltar, não é difícil de conseguir – enfatiza. Após passar nos exames de capacidade em inglês e de validação do diploma feito pelo General Medi- cal Council (GMC) – que é o conselho médico de Lon- dres – ela finalmente conse- guiu emprego. – Não é difícil conseguir um trabalho após o diploma ser revalidado. O ensino mé- dico no Brasil é muito bom e não deixa nada a desejar ao europeu. Muitos consulto- res gostam bastante de tra- balhar com médicos brasi- leiros, pois temos a fama de exercermos a profissão de forma pesada, assim como muita compaixão pelos pa- cientes – ressalta a médica. Lara confessa que teve dificuldades para lidar com as siglas em inglês e com alguns procedimentos mé- dicos. Segundo ela, as abre- viações são diferentes, o que faz com que leve mais tempo realizando um aten- dimento. Hoje, ela trabalha no National Health System (NHS), mas já teve experi- ência em diferentes hospi- tais. Estudou geriatria, he- mato-oncologia e medicina respiratória. Ela conseguiu validar suas competências e sente que o saldo de sua jornada como médica fora do Brasil é positivo. – Durante esse período todo fui exposta as mais diferentes especialidades e acabei seguindo um ca- minho diverso do que eu esperava quando cheguei. No início, foi difícil estar longe da família e dos ami- gos. Mas quando comecei a fazer novas amizades a vida se tornou mais agradá- vel. Sinceramente, não tem como ficar triste morando numa cidade tão viva e mo- vimentada como Londres. O que mais me deixa feliz é saber que as oportunidades de aprendizado que eu tive aqui, talvez não fossem pos- síveis no Brasil – finaliza. Para os estudantes de medicina que saíram inspi- rados pela história de Lara e gostaram de ficar sabendo um pouco mais sobre como funciona fazer especializa- ção em outro país, o incen- tivo é para que não percam a oportunidade de se apro- fundar na profissão, acumu- lar experiências e ainda fa- zer uma viagem. No Brasil, a Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA) tem um programa de intercâm- bio internacional que visa promover a integração in- tercultural entre estudantes de medicina e profissionais de saúde.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDE1MzA5