CREMERJemRevista-Set19

CREMERJ em Revista • Setembro | 2019 19 de transmissão do vírus no país. Ainda em relação à “dose zero”, mesmo as crianças que tiverem sido imuniza- das por ela, devem seguir normalmente o calendário de vacinação, tomando as duas doses sequenciais re- comendadas aos 12 e 15 meses de idade, que, res- pectivamente, são a tríplice viral (D1) e a tetra-viral ou a tríplice viral + varicela. Diagnóstico e tratamento O sarampo é uma doen- ça infecciosa, viral e conta- giosa, transmitida pela fala, tosse e espirro. Os sintomas são febre alta – acima de 38,5° C –, tosse, coriza, con- juntivite e manchas aver- melhadas na pele. Entre as complicações mais comuns do sarampo, estão infec- ções respiratórias, otites, diarreias e doenças neuro- lógicas, que podem deixar sequelas, como diminuição da capacidade mental, ce- gueira, surdez e retardo do crescimento. Em casos ain- da mais graves, a doença pode levar à morte de crian- ças e adultos. “Estamos falando de uma doença extremamente transmissível, contagiosa e gravíssima, principalmente na infância. Antes de existir a vacinação, o sarampo era a principal causa de mortes no Brasil, sendo um quarto delas em crianças de 1 a 4 anos de idade. A prevenção é o melhor caminho e isto só ocorre por meio da vaci- na. Antigamente, o saram- po era diagnosticado com facilidade, devido à alta in- cidência. Hoje em dia, pode ser confundido com outras doenças”, explicou o infec- tologista Celso Ramos, que coordena a Câmara Técnica de Doenças Infecciosas e Parasitárias e de Controle de Infecção Hospitalar do CREMERJ. Ainda segundo o médi- co, o sarampo pode gerar transtornos para a saúde da gestante e danos graves ao feto. Sobre o tratamen- to de pacientes infectados pelo vírus, a recomenda- ção é fazer repouso, beber bastante água e tratar das complicações causadas pela doença. Cobertura vacinal baixa Um dos problemas apon- tados por Celso Ramos para a volta do sarampo é a falha na cobertura vacinal. “Exis- te um movimento contrário à vacinação, algo que prati- camente não existia no Bra- sil, o que é lamentável. Sou absolutamente favorável a esta forma de prevenção, que, no caso do sarampo, é a única. Toda vacina tem contraindicações. A tríplice viral, por exemplo, não deve ser aplicada em grávidas e pacientes com imunodefici- ência. Mas estamos falan- do de exceções. Na dúvida, consulte um médico. Para a população em geral, a reco- mendação é: vacine-se”, es- clareceu. Dados do Ministério da Saúde comprovam que é a cobertura vacinal contra o sarampo é realmente baixa no país. No Rio de Janeiro, 51,23% das crianças foram imunizadas; em São Paulo, 74,65%; na Bahia, 61,69%; e no Paraná, 89,53%.

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