CREMERJemRevista-Jul19

CREMERJ em Revista • Julho | 2019 15 confirmou os problemas crí- ticos de recursos humanos no HFB. “São hospitais de extre- mo valor para a população, mas não vemos uma movi- mentação dos gestores na tentativa de melhorá-los. Isto nos preocupa muito. Tomamos a decisão de in- terditar éticamente a emergência do Andaraí com muita tristeza e ainda não vimos nenhuma atuação efetiva para tentar corrigir os problemas. É uma situação difícil que prejudica o trabalho médico e com- promete a assistência da po- pulação. E os problemas não param aqui”, destacou o pre- sidente do Novo CREMERJ, Sylvio Provenzano. Bloqueio de leitos Outra situação bastan- te preocupante é o núme- ro de leitos desativados no Rio de Janeiro. Dados da Defensoria Pública do Esta- do mostram que a capital fluminense tem 1.071 leitos fe- chados, sendo 415 da rede estadual, 355 da municipal e 301 da fede- ral. Nas unidades estaduais, o Hospital Universitário Pe- dro Ernesto, da Uerj, tem 89 leitos bloqueados e o Eduar- do Rabello, 103. No Getúlio Vargas e no Carlos Chagas, há, respectivamente, 78 e 60 vagas ociosas. No âmbito municipal, o hospital Albert Schweitzer tem 43 leitos sem uso. No Souza Aguiar são 26 lei- tos desativados e no Institu- to Nise da Silveira, 39. Entre os federais, só no Hospital de Bonsucesso há 54 leitos fechados. A situ- ação se repete no Hospital do Andaraí, onde há 46 lei- tos desativados e no Cardo- so Fontes, outros 38. A falta de recursos hu- manos é o principal motivo para o fechamento destes espaços. “Estamos traba- lhando em todas as áreas possíveis, inclusive no Judi- ciário, para tentar solucio- nar algum dos problemas. Garantir um atendimento de qualidade para a popu- lação é um deles. A falta de recursos humanos atinge toda a saúde pública. Os médicos também sofrem com esta situação, já que lidam diariamente com a sobrecarga de trabalho e acabam ficando expostos no dia a dia a situações de- gradantes e de desvaloriza- ção profissional, o que não podemos concordar”, con- cluiu o presidente.