CREMERJemRevista-Jul19

CREMERJ em Revista • Julho | 2019 9 saúde. “Esta opção da gestão pública não é positiva para os médicos nem para a rede, muito menos para a população. Há alta rotativi- dade, já que os vínculos são frágeis. Infelizmente, a gen- te percebe que não há uma preocupação com a quali- dade da assistência nem um cuidado com o profissional que lá atua”, ressaltou. Esta situação de fragili- dade também aumenta as chances de assédio moral no trabalho, além de ser uma porta para o desenvol- vimento de doenças, seja fí- sica ou mental. “A saúde do trabalhador é um fator primordial que deve ser considerado. Este tipo de contratação não traz alívio, mas preocupa- ção. E estamos falando de uma profissão que é alta- mente estressante. O Novo CREMERJ é contra esta pre- carização de vínculos, que atinge, principalmente, o médico jovem. Temos atu- ado para conscientizar os gestores sobre a importân- cia de um vínculo traba- lhista sólido. A pejotização deve ser uma opção, e não uma regra”, finalizou. mo, oriundo de quem tem Pessoa Jurídica (PJ), ficou comum e prejudicou muitos colegas, inclusive os que es- tão em início de carreira. Pós-graduado emGestão, o diretor do Novo CREMERJ Flávio de Sá chamou aten- ção para o tema. Segundo ele, o que poderia ser uma possibilidade de contrata- ção, tornou-se uma regra e, consequentemente, um problema. É que os emicou- pregadores da rede privada têm preferido contratar por Pessoa Jurídica, deixando de considerar a carteira as- sinada. “Com a mudança das leis trabalhistas, o empregador passou a terceirizar tam- bém as atividades fins, que são aquelas essenciais para a existência do negócio. E no caso da assistência mé- dica, este profissional, ob- viamente, é o médico, que acaba ficando exposto por ter um vínculo de trabalho frágil, não tendo direito a férias, 13º salário, licença- -médica, FGTS e aposenta- doria”, destacou. O problema não se res- tringe à rede privada. Na saúde pública, o governo – que há muitos anos não realiza concursos públicos com salários de acordo com o piso da categoria – vem optando pela administração por meio das Organizações Sociais (OSs). Estas, por sua vez, também preferem a contratação por Pessoa Jurí- dica, praticando uma espé- cie de “quarteirização” na

RkJQdWJsaXNoZXIy NDE1MzA5