Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

39 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.38-60, jul-set 2023 Vacinação no idoso Ronaldo Rozenbaum INFLUENZA Existem anualmente cerca de um bilhão de casos de gripe sazonal, incluindo 3 a 5 milhões de casos graves e 290.000 a 650.000 óbitos por complicações respiratórias. (8,9) A cada ano, 10% a 20% da população mundial é acometida pela gripe sazonal humana. Estudo estimou a ocorrência anual de 14,9 milhões de casos de influenza no Brasil, com aproximadamente 97 mil hospitaliza- ções por ano decorrentes de influenza e 5,8 milhões de visitas ambulatoriais; foram estimadas a perda anual de 12 milhões de dias de produtividade e 78 mil anos de vida. Conclui-se que a influenza apresenta uma importante carga econômica, reforçando a importância de medidas de saúde pública para a redução de carga da doença. Esse impacto é especialmente relacionado aos custos indiretos gerados pela perda de dias de produtividade e anos de vida perdidos. (10) O período de incubação do vírus in- fluenza é geralmente de 2 dias, variando entre 1 e 4 dias. Os sinais e sintomas da doença são variáveis e persistem por cerca de uma semana. Variam desde a infecção assintomática até formas graves. Os qua- dros graves ocorrem commaior frequência nas crianças, gestantes, pessoas com idade ≥ 60 anos, portadores de doenças crônicas, entre outras comorbidades. A infecção por influenza usualmente se caracteriza pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, mialgia, tosse, dor de garganta e fadiga. A febre é o sintoma mais e as políticas governamentais de vacinação de adultos e idosos têm se mostrado frag- mentados e inconsistentes. (4,5) Até o momento, o desenvolvimento de vacinas e os programas de vacinação visa- vam prioritariamente a criança. Um novo olhar se inicia contemplando o idoso. En- tretanto, poucas vacinas foram desenhadas para superar a baixa eficácia observada na imunização dos idosos decorrente da imunossenescência. A incidência de várias doenças infec- ciosas e de suas complicações é mais fre- quente no idoso quando comparado ao adulto jovem. (6) Além do impacto imediato da doença, muitos idosos apresentam se- quelas após o quadro agudo e exacerbação de doenças crônicas preexistentes. Tais fatos foram amplamente descritos no que se refere à gripe, à doença pneumocócica, ao herpes-zóster, à Covid-19 e à infecção pelo vírus sincicial respiratório. Portanto, neste artigo abordaremos as vacinas re- comendadas para os idosos na prevenção destas doenças. Ressaltamos a importância em imple- mentar programas de vacinação para os idosos com intervenções baseadas em evi- dências que apresentem custo-benefício e custo-efetividade. A acessibilidade, a conscientização da população considerando fatores regionais, nacionais e geográficos, o financiamento e as políticas governamen- tais são etapas importantes a serem trans- postas para alcançar elevadas coberturas vacinais e o impacto desejado. (7)

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