Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023
40 Vacinação no idoso Ronaldo Rozenbaum Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.38-60, jul-set 2023 importante e dura em torno de três dias; os sintomas respiratórios como a tosse e outros se tornam mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de 3 a 5 dias após o desaparecimento da febre. Os casos mais graves geralmente se acompanham de dificuldade respiratória, necessidade de hospitalização e, por vezes, evolução para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou mesmo óbito. Quatro são os tipos do vírus influenza causador da gripe: A, B, C e D. Os vírus influenza A e B são responsáveis pelas epidemias sazonais, sendo que somente o vírus influenza A está associado às pande- mias; o vírus influenza tipo C é detectado com menos frequência. Diferentemente dos vírus influenza A e B, os quais são responsáveis pelas epidemias sazonais de gripe, o tipo C apresenta menor importância epidemiológica. O tipo D foi descrito como causa de infecção em suínos e bovinos, mas não no homem. No envelope viral do vírus influenza A e B estão inseridas duas glicoproteínas de superfície, hemaglutinina (HA) e neu- raminidase (NA). A hemaglutinina é res- ponsável pela ligação do vírus ao receptor celular do hospedeiro, e a neuraminidase, após a replicação celular do vírus, permite a clivagem do vírus e consequente libera- ção da célula infectada para replicação em outras células do hospedeiro. O vírus influenza A apresenta maior variabilidade, sendo classificado em subti- pos baseados nestas proteínas da superfície viral. Existem, até o momento, 18 subtipos diferentes descritos de hemaglutinina e 11 subtipos diferentes de neuraminidase. Mais de uma centena de combinações de subtipos do vírus influenza A foram des- critas na natureza principalmente em aves selvagens. No homem foram descritos três subtipos principais de hemaglutinina (H1, H2 e H3) e dois subtipos de neuraminidade (N1 e N2); os subtipos do vírus influenza A que circulam atualmente na população humana são o A (H1N1) e A (H3N2). Ou- tros subtipos, como H5, H6, H7 e H9, em- bora não tenham adquirido a habilidade de transmissão eficiente inter-humana, ocasionalmente acometem o homem e são considerados possíveis ameaças para uma futura pandemia. O vírus influenza tipo B é classificado em duas linhagens: B/Yamagata e B/Vic- toria; ele não é classificado em subtipos. O vírus influenza B circula amplamente somente entre humanos e contribui para as epidemias sazonais. As modificações das propriedades antigênicas e genéticas do vírus influenza B ocorremmais lentamente quando comparadas ao vírus influenza A. O vírus influenza do tipo B foi isolado, pela primeira vez, em 1940. As mutações ocorrem lentamente e não têm um reser- vatório animal, ao contrário do vírus da influenza tipo A, que apresenta grandes variações genéticas e com maior frequên- cia. Embora o vírus influenza B não seja dividido em subtipos, as duas linhagens geneticamente distintas coexistem, com
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