Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

96 Febre amarela: uma trilha inacabada Terezinha Marta Pereira Pinto Castiñeiras, Luciana Gomes Pedro Brandão, Guilherme Sant'Anna de Lira Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.80-100, jul-set 2023 que a FA ainda é uma ameaça muito real à saúde humana e à economia. Nossos co- nhecimentos do ciclo replicativo do VFA, dos mecanismos de doença induzidos pelo vírus e das bases moleculares da mitigação ainda são limitados. Para responder a essas perguntas, os esforços de pesquisa devem focar na interface entre o vírus e o sistema imune na patogênese, no papel da tempes- tade de citocinas no processo de doença, e nas bases genéticas que regulam susceti- bilidade à FA em humanos. (63) Também não está claro por que ocorre intensificação na transmissão enzoótica. Trabalhos futuros devem incluir o desenvolvimento e compa- ração de modelos para métodos de controle vetorial incorporando ferramentas quími- cas, biológicas, moleculares e ambientais e comparando intervenções. Considerando estoques vacinais limitados, a distribuição planejada de recursos é fundamental para evitar grandes surtos. Para facilitar esse processo, estimativas da carga de doença e projeção de dinâmicas futuras devem ser empregadas. Além disso, é importante compreender os mecanismos de patogênese associados aos eventos adversos graves da vacina 17D, bem como otimizar o perfil de segurança desta vacina ou de outras futuras candidatas. Por fim, pesquisas em busca de um tratamento antiviral devem continuar. Embora muito se tenha aprendido sobre febre amarela no último século, certamente ainda há muito a ser descoberto. AGRADECIMENTOS Os autores expressam enorme gratidão ao Prof. Fernando Martins (1954-2022) por toda uma vida dedicada à Faculdade de Medicina da UFRJ e pela criação do Cives-UFRJ, o primeiro centro de medi- cina de viagem do Brasil. REFERÊNCIAS 1. Staples JE, Monath TP. Yellow fever: 100 years of discovery. JAMA 2008;300(8):960-2. DOI: 10.1001/ jama.300.8.960 2. World Health Organization. Yellow fever [Internet]. 2019. Acesso em: 24 nov de 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/yellow-fever 3. Douam F, Ploss A. Yellow Fever Virus: Knowledge Gaps Impeding the Fight Against an Old Foe. Trends Microbiol 2018;26(11):913-28. DOI: 10.1016/j.tim.2018.05.012 4. Beasley DWC, McAuley AJ, Bente DA. Yellow fever virus: Genetic and phenotypic diversity and implications for detection, prevention and therapy. Antiviral Research 2015;115:48-70. DOI: 10.1016/j. antiviral.2014.12.010 5. World Health Organization. Risk assessment on yellow fever virus circulation in endemic countries: working document from an informal consultation of experts: a protocol risk assessment at the field level [Internet]. World Health Organization; 2014. Acesso em: 24 nov de 2022. Report No.: WHO/HSE/PED/ CED/2014.2. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/112751 6. Pedro Fernando da Costa Vasconcelos. Yellow fever. Rev Soc Bras Med Trop 2003;36:275–93. DOI: 10.1590/ S0037-86822003000200012

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