Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 3 - 2023

92 Febre amarela: uma trilha inacabada Terezinha Marta Pereira Pinto Castiñeiras, Luciana Gomes Pedro Brandão, Guilherme Sant'Anna de Lira Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.80-100, jul-set 2023 Quadro 2 Contraindicações e precauções quanto à vacina da febre amarela CONTRAINDICAÇÕES y Idade <6 meses y Infecção sintomática pelo HIV ou contagem de linfócitos T CD4 + < 200/mm 3 (ou <15% do total em crianças <6 anos) y Imunodeficiências primárias y Doenças do timo associadas a disfunção imune ou timectomia y Neoplasias malignas y Transplante de órgãos sólidos y Terapias imunossupressoras ou imunomoduladoras PRECAUÇÕES y Alergia aos componentes da vacina* y Idade 6 a 8 meses ou > 60 anos y Gestação y Aleitamento materno * Experiência clínica em áreas endêmicas sugere que a vacina pode ser segura com a adoção de avaliações sistemáticas com teste cutâneos de alergia e protocolos de dessensibilização. (61,62) aparecem emmédia 4 dias após a vacinação, podendo variar de 1 a 18 dias. Os fatores de risco incluem imunossupressão e doença tímica. (54) A evidência de aumento de risco de YEL-AVD com a idade é limitada e a de- cisão de vacinar pacientes com mais de 60 anos deve ser individualizada, levando em consideração o risco de contrair a doença. (55) A YEL-AND engloba diferentes síndro- mes neurológicas, como síndrome de Guil- lain-Barré, meningoencefalite, encefalite e paralisia de nervos cranianos. Apesar de mais comumente descrita em crianças, pessoas de todas as idades podem ser atin- gidas, e a incidência é maior em indivíduos com mais de 70 anos. (53,56) Reações de hipersensibilidade imediata ( rash , urticária e broncoespasmo) à vacina antiamarílica não são comuns. A incidência de anafilaxia é de 1.3 casos por 100.000 doses administradas. (51) Importante destacar que não há evidências sugerindo que a vacina antiamarílica induza mais reações alérgicas que outras vacinas derivadas de ovo. As vacinas de febre amarela vivas ate- nuadas são contraindicadas (Quadro 2) para pacientes com menos de 6 meses, indivíduos com imunodeficiência impor- tante (infecção sintomática pelo HIV ou contagem de linfócitos T CD4+ < 200/mm³, imunodeficiências primárias, neoplasias malignas, transplantes de órgãos sólidos, e terapias de imunomodulação e imunos- supressão), e indivíduos com disfunção tímica ou timectomizados. Nos pacientes com idade de 6 a 8 meses ou acima de 60 anos, naqueles com infecção assintomática pelo HIV e imunossupressão moderada, e nas gestantes e lactantes, recomenda-se cautela na vacinação. A vacina antiamarílica é indicada para indivíduos com mais de 9 meses morando em ou viajando para áreas endêmicas, e pode ser exigida para entrada em alguns países não endêmicos. Essa exigência deve ser verificada com antecedência e, para que seja válida, a vacinação primária deve ser administrada pelo menos 10 dias antes da partida, para que haja tempo suficiente para desenvolvimento da proteção.

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