Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023
88 Uso tardio de fibrinolítico em empiema pleural em paciente pediátrico: relato de caso Annestella de Lima Pinto et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.87-92, abr-jun 2023 na emergência pediátrica apresentando tosse seca, febre, dor abdominal e recusa alimentar, há cerca de 10 dias. Tratava-se de uma criança eutrófica, com desenvolvimento dentro dos padrões da normalidade para a idade. Não possuía co- morbidades ou cirurgias prévias e o cartão de vacinação estava atualizado, conforme o Programa Nacional de Imunização. Além disso, durante a investigação foi consta- tada alergia respiratória em antecedentes familiares. Ao exame, encontrava-se com estado geral comprometido, sonolenta, porém res- ponsiva às solicitações verbais, com fácies de dor, prostrada, desidratada, hipocora- da 2+/4+, febril, com perfusão periférica lentificada, taquicardia, taquipneia, com padrão respiratório superficial e saturação de oxigênio em ar ambiente de 93%. À ausculta pulmonar, o murmúrio vesi- cular estava reduzido no terço inferior do hemitórax direito e presença de estertores creptantes no terço inferior do hemitórax esquerdo. O exame do abdome revelou dis- tensão e dor à palpação profunda da região epigástrica. Os demais exames físicos não apresentavam alterações significativas. Os exames complementares revelaram Hb = 9,2 Ht = 26,8%, leuco 23.880 (bast = 21, segm = 70, linf = 8, mono = 1), plaq = 161.000, Proteína C-Reativa (PC-R) = 568, PTT 50 seg e INR 1,26. A hemocultura foi negativa. A radiografia de tórax apresentou opaci- dade côncava, na metade inferior do pulmão pleural livre de coleções loculadas, conso- lidação pulmonar e espessamento pleural. No entanto, o exame radiológico não dife- rencia DPP do EP. AUS de tórax é o método recomendado para estimar a quantidade de líquido pleural e orientar a conduta, sendo considerada superior à tomografia compu- tadorizada (TC) de tórax, na identificação de loculações e presença de fibrina. A TC de tórax com contraste pode ser utilizada para melhor caracterização da lesão, ava- liação de complicações, além de contribuir, de forma relevante, para a determinação de intervenções, caso sejam necessárias. (3) O DPP, usualmente, progride para diferentes estágios ao longo do tempo. Devido a isso, a conduta terapêutica deve ser aplicada de acordo com a apresentação do derrame no momento do diagnóstico. Atualmente, as opções de tratamento disponíveis para o DPP e o EP incluem: antibióticos empí- ricos pelo menos durante 3 a 4 semanas, combinado ou não com a toracocentese; toracostomia com drenagem fechada, com ou sem instilação de agentes fibrinolíticos; e cirurgia (VTCA ou toracotomia). O pre- sente trabalho tem por objetivo fazer um relato de caso sobre PAC complicada com EP e descrever as opções de tratamento que foram utilizadas, assim como a eficácia do uso da alteplase intrapleural, mesmo em estágio tardio da doença. RELATO DE CASO Escolar de 8 anos, sexo feminino, pro- veniente do Rio de Janeiro, foi admitida
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