Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023
26 Hepatite alcoólica Bernardo da Cruz Junger de Carvalho et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.25-41, abr-jun 2023 Há formas menos graves de hepatite associada ao álcool, às vezes referidas como “hepatite associada ao álcool não grave ou moderada”. A hepatite moderada associada ao álcool ocorre com frequência, e sua in- cidência é provavelmente subestimada em comparação com sua forma grave. Amorta- lidade por hepatite moderada associada ao álcool é de 3% a 7% no curto a médio prazo (1 a 3 meses) e de 13% a 20% em 1 ano. Enquanto a hepatite alcoólica não grave (Maddrey < 32 pontos) geralmente respon- de apenas à retirada de álcool, a hepatite alcoólica grave (HAG) pode levar à insu- ficiência hepática, apesar da abstinência do álcool. Apresenta elevada mortalidade (20% a 50% em 6 meses), justificando assim o uso de terapia adicional. Apesar disso, o cenário para o trata- mento da HAG permaneceu relativamente estático desde o início da década de 1970, momento em que o uso de corticosteroides foi proposto, o que contrasta fortemente com os desenvolvimentos históricos no tratamento da hepatite viral crônica. EPIDEMIOLOGIA Embora o sexo feminino seja um fator de risco independente para a HA, mais homens bebem em excesso e há mais ho- mens do que mulheres com doença hepática alcoólica. Um estudo dinamarquês retros- pectivo estimou a incidência da HA entre 24 e 46 por milhões emmulheres e homens, respectivamente. (4) No entanto, a incidência e 4 drinques (aproximadamente 50g a 60g) por dia para homens por 6 meses ou mais, com menos de 60 dias de abs- tinência antes do início da icterícia nível sérico total de bilirrubina superior a 3mg/dL, nível de aspartato amino- transferase (AST) superior a 50 UI/L e uma proporção de AST para alanina aminotransferase (ALT) superior a 1,5, com ambos valores inferiores a 400 UI/L; e a exclusão de outras doenças hepáticas, como lesão hepática induzida por fár- macos e hepatite isquêmica. (2) A maioria dos pacientes tem uma his- tória de consumo pesado de álcool (mais de 100g/dia) por duas ou mais décadas (Tabela 1). (3) AHA varia de leve a grave e geralmente apresenta-se no contexto de uma doença hepática crônica. A forma grave é definida classicamente como aquela com função discriminante de Maddrey ≥ 32 ou acom- panhada de encefalopatia hepática (EH). Tabela 1 Quantidade de Etanol Quantidade de Etanol Garrafa de destilado 750mL 350g de etanol Dose de destilado 25g de etanol Lata de cerveja 17g de etanol Copo de vinho 10g de etanol
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