Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 2 - 2023

11 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.9-12, abr-jun 2023 Carta do I Fórum de Atenção Integral à Saúde das Médicas - CREMERJ Conselheiras do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro As médicas brasileiras também relataram boa qualidade de vida (71,7%), satisfa- ção com sua saúde (55%), mas sentimento de não aproveitarem plenamente a vida (64,8%). Elas consideraram satisfatórios os seguintes aspectos: sono, 62,9%; capacidade de realizar tarefas diárias, 54,7%; aptidão para o trabalho, 64,4%; relações pessoais, 57,7%; apoio de amigos, 61%; condições do lar, 84%; e acesso à saúde, 81,4%. Adi- cionalmente, apenas 36,6% consideraram sua vida sexual satisfatória e cerca de 94% relataram, pelo menos ocasionalmente, sentimentos negativos. (4) Enfatizando-se que a presença de mu- lheres na ciência representa, atualmente, 28% dos pesquisadores globalmente, de acordo com a UNESCO, e 49% no Brasil. Ao observar que menos de um quarto dos palestrantes em eventos científicos é cons- tituído de mulheres e considerando a baixa representatividade feminina nos ensaios clínicos, propõe-se a realização de fóruns para debater medidas custo-efetivas visan- do reduzir essas desigualdades no curto e longo prazo, bem como políticas afirmativas para acelerar a representatividade feminina na ciência e nos estudos clínicos. (5) Finalmente, reconhecendo a impor- tância das sociedades médicas e suas associações como agentes cruciais para mudanças de paradigma e agregação de diversos parceiros, sugere-se que essas entidades tomem a iniciativa na criação de documentos que sirvam como ferramentas impulsionadoras de resultados. (6) DELIBERAÇÕES 1. Implementação de programas de orienta- ção sobre assédio, burnout e saúdemental. 2. Orientação e apoio às médicas na es- colha de especialidades cirúrgicas e intervencionistas. 3. Realização de análises críticas das es- tatísticas de saúde e implementação de registros que avaliem e mensurem os agravos à saúde das médicas, visando melhorar o planejamento das ações es- tratégicas de saúde. 4. Elaboração e sugestão de políticas go- vernamentais que promovam condições e ambientes adequados para redução da exposição a riscos ocupacionais. 5. Rede de apoio institucional para acolher médicas durante a gestação e licença maternidade. 6. Garantia da segurança das médicas no ambiente de trabalho e orientações sobre situações de abuso, risco e violência. 7. Desenvolvimentode projetos colaborativos através de sociedades de especialidades, associaçõesmédicas e outras instituições que agreguem diferentes saberes para a redução de desigualdades entre gêneros. 8. Fornecimento do mais alto nível de edu- cação médica continuada, promoção de intercâmbio técnico-científico, cultural e social entre médicas do Brasil e do mun- do, e estímulo ao conhecimento científico para ampliar a participação das médicas nas ciências e em eventos científicos das áreas de saúde e ciências correlatas.

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