Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

83 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.73-84, jan-mar 2023 Endocardite infecciosa: uma revisão narrativa Claudio Tinoco Mesquita et al. e commais de duas semanas de internação, podendo ser iniciada mais cedo na infecção em valvas nativas por Streptococci oral ou Streptococcus bovis . (9,2) Além disso, há o surgimento de novos tratamentos combina- dos, como o uso duplo de beta-lactâmicos e a combinação de daptomicina com beta-lac- tâmico, os quais provaram ser úteis para o tratamento de EI causada por enterococos, especialmente em pacientes nefropatas. (9,16) Tratamento cirúrgico A intervenção cirúrgica para EI é indica- da em casos de insuficiência cardíaca, sepse não controlada, alto risco de embolismo, endocardite recorrente e pode melhorar a função cardíaca em sobreviventes. O trata- mento cirúrgico mais frequente consiste em cirurgia de coração aberto sob circulação extracorpórea para reparar as válvulas afe- tadas, se possível, ou para substituí-las por válvulas mecânicas ou próteses biológicas. Porém, ainda há risco de recorrência infec- ciosa, reinfecção e insuficiência cardíaca avançada após a cirurgia. (17) A intervenção cirúrgica precoce, quando indicada por complicações valvares, é um importante fator para um bom prognóstico, além de reduzir a taxa de mortalidade hospitalar. (2,18) CONCLUSÃO A endocardite infecciosa é uma das condições mais desafiadoras para o médico na sua prática clínica. A utilização de uma abordagem sistemática e embasada em evidências para a investigação diagnóstica e deflagração dos cuidados terapêuticos é essencial para bons resultados clínicos. A utilização de discussões em times multidis- ciplinares, avaliação clínica minuciosa e adoção de técnicas diagnósticas avançadas, quando necessário, aumentam o sucesso diagnóstico e levam a melhores desfechos no manejo clínico. REFERÊNCIAS 1. Holland TL, Baddour LM, Bayer AS, Hoen B, Miro JM, Fowler VG Jr. Infective endocarditis. Nat Rev Dis Primers. 2016 Sep 1;2:16059. doi: 10.1038/nrdp.2016.59. PMID: 27582414; PMCID: PMC5240923. 2. Sousa C, Pinto FJ. Endocardite Infecciosa: Ainda mais Desafios que Certezas. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2022May;118 (Arq. Bras. Cardiol., 2022 118(5)):976–88. Available from: https://doi.org/10.36660/abc.20200798 3. Habib, Gilbert et al. “2015 ESC Guidelines for the management of infective endocarditis: The Task Force for the Management of Infective Endocarditis of the European Society of Cardiology (ESC). Endorsed by: European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS), the European Association of Nuclear Medicine (EANM).” European heart journal vol. 36,44 (2015): 3075-3128. 4. Werdan K, Dietz S, Löffler B, Niemann S, Bushnaq H, Silber RE, Peters G, Müller-Werdan U. Mechanisms of infective endocarditis: pathogen-host interaction and risk states. Nat Rev Cardiol. 2014 Jan;11(1):35- 50. doi: 10.1038/nrcardio.2013.174. Epub 2013 Nov 19. PMID: 24247105. 5. Pant S, Patel NJ, Deshmukh A, Golwala H, Patel N, Badheka A, et al. Trends in Infective Endocarditis Incidence, Microbiology, and Valve Replacement in the United States From 2000 to 2011. Journal of the American College of Cardiology. 2015 May;65(19):2070-6.

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2