Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

64 Câncer de mama em pacientes jovens Letícia Pereira Gonçalves e Hilton Augusto Koch Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.61-66, jan-mar 2023 com predisposição genética ou irradiação torácica anterior para malignidades infan- tis. (15) A ressonância magnética é caracte- rizada pela alta sensibilidade emmulheres commamas densas, mas também pela baixa especificidade, com consequente aumen- to do risco de biópsias desnecessárias e falsos positivos. (16) Portanto, fora de casos selecionados (por exemplo, mulheres com mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 ou após quimioterapia pré-operatória), a res- sonância magnética deve ser considerada uma investigação de segundo nível e ainda não pode substituir a ultrassonografia mamária. (16) A ultrassonografia mamária tem como obstáculos ser operador depen- dente, máquina dependente, aumentar os falsos positivos, os controles de achados BI-RADS 3, o número de biópsias desne- cessárias, principalmente se realizada por não especialista. (17) O Colégio Americano de Radiologia emitiu novas recomendações para que todas as mulheres sejam avaliadas quanto ao risco de câncer de mama aos 30 anos, para que aquelas com maior risco possam ser identificadas e iniciar o rastreamento antes dos 40 anos. (18) Da mesma forma, o Colégio Americano de Cirurgiões de Mama aconselha todas as mulheres com mais de 25 anos a se submeterem a uma avaliação de risco. Há uma variedade de modelos de avaliação de risco disponíveis, e novos métodos, incluindo sistemas ba- seados em aprendizado profundo, estão sendo testados. (18) Evidências continuam a se acumular confirmando a capacidade das tecnologias de triagem suplementar, incluindo res- sonância magnética, ultrassonografia de mama, mamografia com contraste e imagem molecular da mama, para detectar cânceres incrementais após triagem mamográfica negativa. (19,20) Amaioria dos estudos envol- ve mulheres com risco elevado. Kuhl et al. mostraram que o rastreamento por resso- nância magnética das mamas encontrou cânceres incrementais em mulheres com risco médio (taxa de detecção de câncer de incrementais = 15,5 por 1.000), 40% dos quais ocorreram em mulheres com densi- dade mamária ACR BI-RADS ® categoria C ou D (mamas heterogeneamente densas ou extremamente densas). (21) No entanto, neste momento, não há evidências sufi- cientes para apoiar a triagem suplementar em mulheres de risco habitual. ANational Comprehensive Cancer Ne- twork (NCCN) é uma organização sem fins lucrativos de 30 principais centros de câncer com especialistas clínicos multidis- ciplinares. (22) ANCCN afirma que o objetivo principal do rastreamento é a redução da mortalidade e da morbidade relacionada ao tratamento e, portanto, recomenda mamo- grafia de rastreamento anual a partir dos 40 anos. De acordo com a NCCN, a idade máxima de triagem deve ser baseada na avaliação de condições de comorbidades que afetam a expectativa de vida e os desejos de tratamento do indivíduo. As sociedades brasileiras deMastologia, Colégio Brasileiro

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