Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 2 - número 1 - 2023

ARTIGO DE REVISÃO | REVIEW ARTICLE 73 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.2, n.1, p.73-84, jan-mar 2023 Endocardite infecciosa: uma revisão narrativa Infective endocarditis: a narrative review Claudio Tinoco Mesquita 1,2,3 Davi Shunji Yahiro 1,4 Natali Souza da Silva 1,5 Brenda Ficheira Coelho Ribeiro 1,4 Julia Sales 4 Mario Arthur Laranja 1,4 Evandro Tinoco Mesquita 6 1 Health, Sciences & Education Lab 2 Departamento de Radiologia da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ) 3 Hospital Pró-Cardíaco, serviço de Medicina Nuclear 4 Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ) 5 Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ) 6 Departamento de Medicina Clínica. Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares - Universidade Federal Fluminense - UFF (RJ) RESUMO A endocardite infecciosa, uma infecção grave do endocárdio, que é a camada interna do coração, pode ser causada por bactérias, fungos e outros microrganismos, e ocorre quando esses agentes invadem o coração, geralmente através da corrente sanguínea. A epidemiologia da endocardite infecciosa varia, com maior incidência em pacientes com fatores de risco, como doenças cardíacas preexistentes, próteses cardíacas e dispositivos implantáveis, uso de drogas ilícitas intravenosas e procedimentos invasivos. Os sinais e sintomas da endocardite infecciosa podem variar, dependendo da agudeza da infecção. Manifestações clínicas agudas podem incluir febre alta, calafrios, sudorese, dor no peito, fadiga e alterações no estado mental. Já as manifestações subagudas podem ser mais sutis, com febre intermitente, perda de peso, anemia e pequenas manchas na pele chamadas de petéquias. O diagnóstico de endocardite infecciosa é baseado em critérios clínicos, exames laboratoriais e exames de imagem. Os critérios de Duke, que levam em consideração os sinais e sintomas clínicos, resultados de exames laboratoriais e achados de imagem, são fundamentais para o diagnóstico. Outras ferramentas diagnósticas podem incluir ecocardiografia, hemoculturas e exames de imagem adicionais, como o SPECT-CT. O tratamento, muitas vezes, inicia-se de forma empírica e, estabelecida a etiologia, é modificado, a fim de se tornar mais específico ao patógeno. Em alguns casos, recorre-se ao tratamento cirúrgico para remover o tecido infectado ou reparar as válvulas cardíacas danificadas. O tratamento é individualizado, levando em consideração a gravidade da infecção, o agente causador e as condições clínicas de cada paciente. Em conclusão, a endocardite infecciosa é uma infecção grave do coração que pode ser causada por diversos agentes infecciosos. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e exames complementares, e o tratamento é complexo, envolvendo terapia antimicrobiana, tratamento cirúrgico e outras abordagens terapêuticas. É importante estar ciente dos fatores de risco, sinais e sintomas, bem como das opções de diagnóstico e tratamento dessa condição, a fim de promover um manejo adequado e melhorar os desfechos clínicos dos pacientes afetados pela endocardite infecciosa. Palavras-chave: Endocardite infecciosa; Diagnóstico; Tratamento ABSTRACT Infective endocarditis is a serious infection of the endocardium, which is the inner layer of the heart. It can be caused by bacteria, fungi, and other microorganisms, and occurs when these agents invade the heart, usually through the bloodstream. The epidemiology of infective endocarditis varies, with higher incidence in patients with risk factors such as pre-existing heart diseases, cardiac prostheses and implantable devices, intravenous drug use, and invasive procedures. The signs and symptoms of infective endocarditis may vary, depending on the acuteness of the infection. Acute clinical manifestations may include high fever, chills, sweating, chest pain, fatigue, and changes in mental status. Subacute manifestations may be more subtle, with intermittent fever, weight loss, anemia, and small skin spots called petechiae. The diagnosis of infective endocarditis is based on clinical criteria, laboratory tests, and imaging exams. The Duke criteria, which take into consideration clinical signs and symptoms, laboratory results, and imaging findings, are essential for diagnosis. Other diagnostic tools may include echocardiography, blood cultures, and additional imaging exams such as SPECT-CT. Treatment often starts empirically and is then modified to become more specific to the identified pathogen. In some cases, surgical treatment may be necessary to remove infected tissue or repair damaged heart valves. Correspondência Claudio Tinoco Mesquita Health, Science & Education Lab, Serviço de Radiologia, Hospital Universitário Antônio Pedro Av. Marquês do Paraná, 303 – Centro Niterói – RJ CEP: 24033-900 E-mail: claudiotinocomesquita@id.uff.br

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2