Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 4 - 2022

64 Atualização em Câncer de Mama Maurício Magalhães Costa Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.4, p.55-73, out-dez 2022 situação específica. Alguns dos fatores que o médico irá considerar incluem tipo de lesão, tamanho, localização, quantidade de tumores e outras situações clínicas. CLASSIFICAÇÃO MOLECULAR DO CÂNCER DE MAMA A expressão das proteínas reflete a ati- vidade genética das células. No exame da imunoistoquímica as proteínas das células são analisadas, bem como sua quantidade e características. Isso é essencial para de- terminar a estratégia de tratamento. Através da análise dos marcadores de receptor de estrogênio, receptor de proges- terona, oncoproteína HER-2 / c-erbB-2 e antígeno Ki-67 é possível definir um dos quatro perfis moleculares do carcinoma de mama: luminal A, luminal B, HER-2 ou basal/triplo negativo. Esta definição tem valor preditivo, uma vez que auxilia na escolha do tratamento mais adequado. (18) Esses subgrupos tumorais apresentam similaridades e diferenças, tanto em expres- são de genes como em ritmo de crescimento, vias de sinalização, composição celular, prognóstico e sensibilidade à terapêutica. Luminal A É a forma tumoral com origem em célu- las epiteliais diferenciadas dos lumens duc- to-lobulares, tipicamente com presença de RE (receptor de estrogênio) e RP (receptor de progesterona) em grande quantidade de células, e ausência de HER-2. Corresponde a cerca de 30% a 40% dos casos. A ava- liação de Ki-67 evidencia baixa taxa de proliferação (<14%). São tumores bastante sensíveis à hormonioterapia. Luminal B Também se originam em células epi- teliais luminais ricas em RE. Os RP, por seu lado, podem estar presentes tanto em alta como em baixa proporção de células. A proteína do oncogene HER-2 pode ser detectada e o ritmo de proliferação avaliado pelo Ki-67 é mais elevado (>14%). Este tu- mor também é sensível à hormonioterapia e o trastuzumabe pode ser empregado com sucesso, se for HER-2 positivo. O subtipo luminal B corresponde a cerca de 20% a 30% dos carcinomas de mama. Superexpressor de HER-2 Em média são, deste subtipo, de 15% a 20% dos casos. O oncogene HER-2 está superexpresso por amplificação gênica. Em sua evolução natural classicamente está as- sociado a prognóstico ruim, panorama que foi mudado com a introdução da terapia-alvo anti-HER-2, pelo trastuzumabe ou pertuzu- mabe combinados com quimioterapia. Na maioria, estes tumores são RE negativos. Basaloide Estima-se, também, que de 15% a 20% dos carcinomas de mama sejam basaloides. São lesões pouco diferenciadas ou indife- renciadas (geralmente GIII), com alta taxa

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