Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 3 - 2022

90 Doença associada à infecção pelo Clostridioides difficile . Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.3, p.49-93, jul-set 2022 permitir reduzir o número e a duração ao melhor tempo indicado. Nos locais onde o Cd é um problema importante, e cada vez mais numerosos, os antibióticos mais envolvidos na DCd, como a clindamicina, as cefalospo- rinas, carbapenemas, penicilinas de largo espectro e as fluoroquinolonas, devem ter o seu uso controlado, procurando-se usar, quando for possível, antibióticos menos im- plicados na DCd, como os aminoglicosídeos e o trimetoprim + sulfametoxazol e algumas penicilinas. O uso mais racional dos inibi- dores de bomba de prótons também é citado em algumas rotinas já referidas. 7.8.4. Quimioprofilaxia. Probióticos Os probióticos, citados por alguns au- tores como preventivos da DCd, na maio- ria dos guidelines não são indicados na profilaxia primária, secundária ou na terapêutica da DCd por falta de evidências convincentes para a sua utilização. A quimioprofilaxia para a DCd de for- ma alguma pode ser medida rotineira, estando indicada somente em situações muito específicas, idealmente avaliadas por parecer especializado do infectologis- ta. A indicação mais citada é a de pacientes que têm história de DCd recorrente e não respondem bem aos tratamentos referidos nesta revisão. Estes enfermos, quando têm de usar antibióticos com indicação indiscutível, podem utilizar profilatica- mente a vancomicina, 125mg, VO, a cada 12 ou 24 horas, enquanto durar o curso terapêutico, até 5 a 7 dias após o término da antibioticoterapia de risco. Existem esquemas referidos usando a fidaxomi- cina, 200mg, VO, por dia enquanto durar a exposição até 5 a 7 dias após o término (não disponível entre nós). REFERÊNCIAS 1. Lessa FC, Gould CV, & Mc Donald LC. Current status of Clostridium difficile infection Epidemiology. Clin Infect Dis (2012), 55(S2):S65-S70. 2. Gerding DN & Johnson S. Infecção por Clostridium Difficile, incluindo a colite pseudomembranosa, Volume 1, Cap 129, página 964. In Medicina Interna Harisson, vigésima edição, AMGH editora, Porto Alegre, 2020. 3. Gerding DN, Young VB & Donskey CJ. Clostridioides difficile (formerly Clostridium difficile infection), in Principles and Practice of Infectious Diseases, Bennet JF, Dolin R & Blaser MJ, capítulo 243, pg 2933, Ninth ediction, 2020. 4. Cooperstock MS. Clostridium difficile infection in children: microbiology, pathogenesis and epidemiology, section editor Edwards, MS, In UPTODATE, www.uptodate.com, 2013. 5. Lawson PA, Citron PM, Tyrell KL & Finegold SM. Reclassification of Clostridium difficile how Clostridioides difficile (Hall and O’Toole, 1935, Prévot 1938, Anaerobe 40 (2016):95-99. 6. Khanna S & Pardi DS. Clostridium difficile infection: new insights into management. Mayo Cli Proc (2012), 87(11):1106-1117.

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2