Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 3 - 2022

33 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.3, p.21-35, jul-set 2022 Miocardite aguda: 16 pontos que todo médico deve conhecer Evandro Tinoco Mesquita et al. uma quantidade expressiva de suspeitos de miocardite, sendo possível identificar, na pandemia, pacientes que apresentaram os critérios MIS-A e MIS-C. Além disso, atualmente ficamos muito atentos às formas ligadas à febre reumática, às doenças autoimunes e inflamatórias e àquelas crianças que foram submetidas a medicamentos com cardiotoxicidade, como as quimioterapias utilizadas para alguns tipos de tumores comuns à infância. FATO NÚMERO 16 – A CONEXÃO DE PESQUISA CLÍNICA DAS MIOCARDITES NA PRÁTICA DIÁRIA, A NOVA FRONTEIRA A Universidade Federal Fluminense começou, há três anos, a desenvolver um registro de miocardites e miocardiopatias em crianças e adolescentes, denominado ChARisMA, e tem incorporado a cardio- genética (Projeto RENÔMICA – Ministé- rio da Saúde/INC) e a cardioimunologia/ cardiorreumatologia. Na pandemia, muito estudamos sobre MIS-C e miocardite nessa população e estaremos continuamente discutindo e es- tudando novos marcadores, como ECG e os achados da fragmentação no ECG, nas endocardites, o papel da metagenômica e das técnicas avançadas de cardioimagem – ecocardiograma com strain , ressonância cardíaca, cintilografia miocárdica com gálio-67 e PET-CT FDG. CONCLUSÃO A MA é uma condição inflamatória de início recente, frequentemente de origem viral, cujo diagnóstico definitivo é histo- patológico (biópsia endomiocárdica) e que pode ter um curso clínico heterogêneo. Ao lado de formas (<30 dias) benignas, assu- me um espectro de apresentação clínica de elevado risco: insuficiência cardíaca, arritmias ventriculares, com instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico. Ao lado disso, novos modelos de MA foram recentemente descobertos – relacionados à Covid-19, pós-vacinal, aos indicadores de inibidor de imunoterapia no tratamento de câncer. Os métodos avançados de cardioima- gem, emparticular a ressonância cardíaca e biomarcadores, têmpermitido o diagnóstico mais invasivo, com elevada probabilidade e o início do tratamento com corticosteroide emaltas doses, para as formas fulminantes e ligadas à imunoterapia usada no tratamento de câncer. Os emergencistas, intensivistas e cardiologistas têm empregado o uso do su- porte mecânico respiratório para as formas com grave instabilidade hemodinâmica. AGRADECIMENTOS Este trabalho é parte da produção da Pós-graduação em Ciências Cardiovas- culares na UFF com o objetivo de desen- volver o conhecimento da pesquisa para profissionais médicos que atuam na prá- tica clínica, cuidando dos pacientes com cardiopatias inflamatórias. Agradecemos

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