Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022
51 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.49-62, abr-jun 2022 Fibrilação Atrial – diagnóstico, fisiopatologia e terapêutica Eduardo B. Saad e Charles Slater CLASSIFICAÇÃO Por suas características multifatoriais e com múltiplas facetas clínicas, a FA pode ser classificada de diversas maneiras, que podem ser úteis para sua condução clínica. Quanto à sua etiologia, a FA pode ser clas- sificada como valvar (quando relacionada à presença de alterações relevantes em valvas nativas, de próteses valvares ou de doença reumática) ou não valvar. Esta classificação é importante na escolha de alternativas de tratamento farmacológico e intervencionista, pois envolve mecanismos diferentes de ma- nutenção da arritmia e formação de trombos. Quanto às características temporais entre seu início e sua detecção, seja pela presença de sintomas ou por métodos suplementares (como eletrocardiograma – ECG, Holter ou ecocardiograma), atualmente a FA é caracterizada como sendo paroxística (até sete dias), persistente (de 7 dias a 12 meses), persistente de longa data (mais de 12 meses) ou permanente (quando não há mais inten- ção de reversão ao ritmo sinusal). (4) FISIOPATOLOGIA Apesar de ser associada com frequên- cia a outras doenças cardíacas, como as valvulopatias e outras cardiopatias, a FA Figura 1 Eletrocardiograma de um paciente em fibrilação atrial. Nota-se a ausência de onda P, a ondulação característica na linha de base e a irregularidade do intervalo RR.
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