Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

ARTIGO DE REVISÃO | REVIEW ARTICLE 49 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.49-62, abr-jun 2022 Fibrilação Atrial – diagnóstico, fisiopatologia e terapêutica Atrial Fibrillation – Diagnosis, Physiopathology and Treatment Eduardo B. Saad Coordenador do Serviço de Arritmias e Estimulação Cardíaca – Hospital Pró-Cardíaco e Hospital Samaritano (RJ) Charles Slater Médico do Serviço de Arritmias e Estimulação Cardíaca – Hospital Pró-Cardíaco e Hospital Samaritano (RJ) RESUMO A fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca muito frequente, com morbidade e mortalidade elevadas, e sua prevalência mundial está aumentando significativamente. O tratamento envolve múltiplas abordagens farmacológicas, porém frequentemente requer tratamento invasivo por ablação para o controle clínico. Este artigo resume o conhecimento atual sobre a fibrilação atrial, enfatizando o tratamento baseado em sua complexa fisiopatologia. Palavras-chave: fibrilação atrial; tratamento; ablação ABSTRACT Atrial fibrillation is the most frequent cardiac arrhythmia in clinical practice, with elevated morbidity and mortality, and its worldwide prevalence is growing significantly. Atrial fibrillation treatment involves multiple pharmacological approaches but often require invasive therapy by means of catheter ablation to achieve proper clinical control. This paper summarizes the current knowledge about atrial fibrillation, focusing on treatment based on its complex physiopathology. Keywords: atrial fibrillation; treatment; ablation Correspondência Eduardo B. Saad Av. Visconde de Pirajá, 351 – Sala 623, Ipanema Rio de Janeiro – RJ CEP: 22410-003 E-mail: eduardobsaad@hotmail.com A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais frequente na prática clínica, (1) apresentan- do consequências para o dia a dia do paciente que vão muito além de um distúrbio do ritmo. Diversos fatores estão implicados no aumento da incidência da FA, sendo a idade o fator mais importante. Devido ao envelhecimento da po- pulação, a incidência de fibrilação atrial está em ascensão, sendo estimado que mais de 10% da população desenvolverá fibrilação atrial até os 75 anos, (2) o que representa um importante problema de saúde pública . A simples presença de FA, como fator inde- pendente, aumenta a mortalidade em até duas vezes, que é causada, sem dúvida, pelo maior risco de eventos tromboembólicos. Um a cada seis acidentes vasculares cerebrais (AVC) ocorre em pacientes com FA, gerando um risco anual em torno de 8%, o que representa um aumento de até sete vezes em relação ao risco da população

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