Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

37 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.7-48, abr-jun 2022 Bases racionais da antibioticoterapia nos pacientes idosos. Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. isoniazida. Há vários fatores que aumentam o seu risco, como a desnutrição ccm perda de mais de 15% do peso corporal normal, o alcoolismo pesado com ingesta de mais de 80g de álcool por dia, hepatopatias, AIDS em fase avançada e a idade mais avançada. Esta RAD ocorre devido o mecanismo de ação do fármaco competindo com a vitamina B6, que é minimizada quando se adiciona este elemento à medicação nestes grupos de maior risco. Mais raramente pode causar neurite óptica, embora este problema seja mais esperado com o etambutol. A hepatotoxicidade da isoniazida (INH) ocorre em > 20% dos enfermos e se ma- nifesta de forma assintomática e apenas quando a elevação das aminotransferases chega a níveis < 100 ui/L. Amaioria destes casos evolui muito bem, sem necessidade de interrupção do medicamento, mas com acompanhamento cuidadoso clínico e la- boratorial. Nos pacientes sem hepatopa- tia prévia, os esquemas oficiais sugerem suspensão da medicação se as aminotras- ferases estiverem acima de cinco vezes o normal ou três vezes o normal se houver clínica compatível; a partir daí há uma série de desdobramentos propostos no Manual de Tuberculose do Ministério da Saúde, (55) bem como para os hepatopatas prévios com ou sem cirrose. A hepatite pela INH é um quadro mais sério, que se apresenta entre 0,5% e 1% dos pacientes, com manifestações clínicas e laboratoriais de uma hepatite com padrão predominante hepatocelular, que em alguns pacientes pode até ser fatal. Existem vários fatores de risco que elevam a sua ocorrên- cia, como aumento progressivo com a idade, alcoolismo pesado (diário, ingestão maior que 80g, em que a hepatite atinge 2,6% dos pacientes), a desnutrição importante (perda de 15%oumais do peso normal), preexistên- cia de hepatopatias, durante a gravidez e no puerpério imediato, história patológica de polineuropatia por outras causas, AIDS em fase de imunosssupressão intensa, usuários de drogas ilícitas endovenosas, uso conco- mitante com outros fármacos hepatotóxicos (rifampicina, pirazinamida, paracetamol) ou que aumentam a indução de metabolização pelo sistema citocromo P-450. A hepatite pela INH entre os 35 e 64 anos aumenta a sua frequência para 1,8%, número que se eleva para 3% da faixa etária entre os 65 e 90 anos; ambos os percentuais maiores que os encontrados nos jovens e crianças. Clinicamente, em geral aparece nos dois ou três primeiros meses após o início do tra- tamento; manifestações digestivas, fadiga, dor abdominal, icterícia, perda do apetite; as provas de função hepática estão alteradas e as aminotransferases ultrapassam geral- mente cinco vezes o valor normal; devem ser afastadas principalmente a hepatite por vírus, a hepatite autoimune e hepatite por outros medicamentos. Rifampicina A maioria das reações indesejáveis à rifampicina são classificadas como me- nores: intolerância digestiva e reações

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