Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

135 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.131-139, abr-jun 2022 Sarcoidose: desafios na prática clínica José Galvão-Alves et al. Levando em consideração tais achados e a suspeita diagnóstica de sarcoidose, foi solicitada biópsia de gânglio retroperito- neal, cuja análise histopatológica confirmou nossa hipótese, ao demonstrar os típicos granulomas não caseosos, produtivos, sem necrose (Figuras 9 a 11). Realizados eletrocardiograma e exame oftalmológico, os quais foram normais. Figura 9 Linfonodo apresenta formação de granuloma epitelioide, sem necrose. Figura 10 Linfonodo apresenta formação de granuloma epitelioide, sem necrose. Figura 11 Verifica-se corpúsculo asteroide no interior do citoplasma de células gigantes. Iniciada então terapia com prednisona, 60mg/dia, tendo o paciente recebido alta hospitalar para seguimento ambulatorial. Na consulta, encontrava-se assintomático e trouxe consigo resultado de nova tomo- grafia de abdome contrastada, a qual assi- nalava a redução dos múltiplos linfonodos nas diversas estações abdominais, intra e retroperitoneais, inclusive da maior, perice- líaca, e ainda a diminuição da esplenome- galia. Ademais, tomografia de tórax corro- borava a melhora do quadro, com redução significativa das múltiplas adenomegalias mediastinais e do espessamento intersticial, outrora bastante evidente. Foi instituído o desmame da prednisona, cuja dose agora encontrava-se em 40mg. O paciente mante- ve-se sem sintomas durante todo o tempo, tendo sido o corticoide progressivamente reduzido. Melhora laboratorial evidente com a terapêutica preconizada também pode ser vista, conforme mostra a Tabela 2.

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