Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

14 Bases racionais da antibioticoterapia nos pacientes idosos. Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.7-48, abr-jun 2022 vem aumentando a sobrevida nestas con- dições, mas em contrapartida aparecem muitas infecções, com elevada morbidade, complicações, convalescença mais prolon- gada e maior letalidade. As comorbidades com maior frequência de infecções são o diabetes mellitus , a insuficiência cardíaca e as neoplasias malignas principalmente quando são objeto de quimioterapia ou ci- rurgias. O controle das comorbidades faz parte também do tratamento adequado das infecções nos idosos. A síndrome do idoso fragilizado afeta de 13% a 28% dos pacientes geriátricos em geral e acima de 1/3 dos enfermos com 80 ou mais anos. Tem sido definida (14) pela presença de três ou mais das seguintes características: perda de peso não progra- mada, cansaço e adinamia permanentes, andar vagaroso e pouca atividade física; outros achados comuns incluem quedas frequentes, delírios e desabilidade flu- tuante; estas manifestações se confundem com as das infecções bem definidas. Existe um processo inflamatório crônico de baixa intensidade sem a presença demonstrável de infecções. Comumente são detectadas alterações na coagulação sanguínea, ane- mia, proteína C-reativa e IL-6 elevadas. As múltiplas alterações fisiológicas do en- velhecimento costumam estar claramente presentes nestes pacientes. As doenças clínicas agudas nestes doentes também se complicam com infec- ções e, da mesma forma que as infecções agudas, parecem acelerar a progressão do envelhecimento e dos quadros demenciais, particularmente a doença de Alzheimer. Alguns autores destacam a existência de uma condição nos idosos chamada de sarcopenia, mais comum que a síndrome do idoso fragilizado e que se caracteriza por significativa perda da massa muscular e da massa óssea, que culmina com perda de força muscular e baixa capacidade física. Após os 50 anos estima-se que haja uma perda de 1% a 2% ao ano da massa mus- cular, de modo que aos 80 anos quase 50% dos idosos têm sarcopenia. É considerada um preditor independente de letalidade. Influência do local onde vive o idoso Nos Estados Unidos, cerca de 1,4 milhão de idosos vive em casas de repouso, onde têm alimentação, recreação e os cuidados de saúde necessários. Existem outras institui- ções, como por exemplo casas de saúde de apoio de longa permanência, asilos, clubes ou grupos comunitários, que concentram populações de idosos, além de institui- ções sociais para anciãos. As estimativas americanas são de que estes números vão aumentar continuamente. Quando neces- sário, os anciãos são encaminhados para serviços de emergência ou para hospitais, retornando posteriormente ao seu local de origem caso não venham a falecer. (3) O risco de infecções neste grupo de doentes é aumentado quantitativamente e qualitati- vamente, pois comumente as infecções são

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