Publicação científica trimestral do CREMERJ - número 2 - 2022

36 Bases racionais da antibioticoterapia nos pacientes idosos. Atualização Nelson Gonçalves Pereira et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.2, p.7-48, abr-jun 2022 concomitante de outras substâncias que possam ser miotóxicas, como é o caso das estatinas. O quadro clínico varia desde pacientes assintomáticos, somente com elevação da CPK, até casos de rabdomiólise maciça com insuficiência renal e intensa mioglobinúria. As queixas mais citadas são dores musculares e fraqueza. Em geral há reversão do quadro com a suspensão do antibiótico. Sugere-se o controle clí- nico e o acompanhamento com dosagens seriadas da creatinofosfoquinase (CPK) antes e durante o tratamento; as elevações discretas são comuns e só normalizam uma a duas semanas após a suspensão do medicamento. Para os pacientes com sin- tomas a suspensão está indicada quando a CPK aumenta cinco vezes o valor normal, > 1000u/L; para os casos assintomáticos a suspensão estaria indicada quando a CPK atinge 10 vezes o valor normal, > 2000u/L. Recomenda-se ainda suspender transito- riamente as estatinas, quando for o caso de se prescrever a daptomicina, com o aval do clínico do paciente. Não há acometimento da musculatura cardíaca. Casos de pneumonia eosinofílica rela- cionados ao uso da daptomicina têm sido descritos principalmente em idosos do sexo masculino, com insuficiência renal e, em geral, duas a três semanas de uso. A hipó- tese mais aceita é a ligação do medicamen- to no surfactante pulmonar, gerando um mecanismo inflamatório misto químico e alérgico. O paciente pode apresentar febre, tosse, dispneia, estertores finos, podendo evoluir com hipóxia, alterações radiológicas compatíveis com pneumonia eosinofílica e comumente presença de eosinofilia no es- carro ou na biópsia pulmonar. O tratamento consiste em suspender a administração da daptomicina e fazer uso de corticoides e suporte ventilatório, se necessário. Isoniazida. Rifampicina. Pirazinamida. Etambutol (17,47,55) A maioria dos tratamentos indicados para a tuberculose com os esquemas bá- sicos é levada a termo sem problemas re- levantes. Para os idosos devem-se seguir os mesmos cuidados recomendados para outras faixas de idade. Isoniazida As reações adversas da isoniazida no idoso são as mesmas dos pacientes mais jovens, predominando as chamadas reações menores, sobretudo náusea, vômitos e dor abdominal que por sinal ocorrem também com os demais integrantes do esquema básico. Artralgias e reações alérgicas leves ocorrem também com todas as quatro dro- gas, commais destaque para a rifampicina e a isoniazida. Reações da esfera neuropsiquiátrica mais leves, como cefaleia, euforia, insônia, depressão, ansiedade, não são incomuns, porém mais raramente podem surgir ma- nifestações mais graves como convulsões, psicose e encefalopatia. A polineuropatia é uma reação indesejável tradicional com a

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